Substituição de equipes do Samu preocupa trabalhadores

Saúde

Substituição de equipes do Samu preocupa trabalhadores

Sem tempo para nova seleção, prefeitura vai convocar participantes de processo de 2023

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Substituição de equipes do Samu preocupa trabalhadores
Profissionais se reuniram com a secretária Carla Cassais (foto: Douglas Dutra)

Os trabalhadores do Samu em Pelotas reclamam da alternativa encontrada pelo governo do prefeito Fernando Marroni (PT) para dar continuidade aos serviços. Eles afirmam que os profissionais que vão substituí-los não têm experiência e que isso pode afetar o atendimento à população. Na manhã desta quarta, eles procuraram os vereadores e se reuniram com a secretária de Administração e Recursos Humanos, Carla Cassais.

Os profissionais atuais foram selecionados em um processo seletivo realizado em 2023 e a maioria de seus contratos se encerram na próxima semana. Para que eles continuem trabalhando, seria necessário um novo processo seletivo. 

A manutenção dos contratos emergenciais, no entanto, só foi garantida na semana passada, quando os vereadores aprovaram a renovação de 159 contratos. Com a demora na aprovação da lei, não haveria tempo hábil para a realização de um novo processo seletivo, que demoraria cerca de 30 dias, o que poderia paralisar os atendimentos do Samu.

A alternativa adotada pelo governo foi a de chamar aprovados na seleção anterior, de 2023, já que os atuais não podem ter o contrato prorrogado novamente. Os trabalhadores apontam, no entanto, que os profissionais que podem entrar não têm a experiência necessária para atuar no Samu. É o caso dos 18 telefonistas que atendem outras 11 cidades da região e serão substituídos por novos servidores.

Antes de serem recebidos pela secretária, os trabalhadores foram à Câmara de Vereadores para relatar a preocupação. “Ninguém está falando que essas pessoas não são capazes de aprender, só que quem vai ensinar essas pessoas? A gente vai sair no dia 19, eles vão aprender com quem? Cadê a isonomia de a gente poder participar de uma nova seleção?”, questionou a telefonista Adriane Behling. “Imagina se é um familiar de vocês que morre porque a pessoa não foi treinada tempo suficiente para exercer a função”, disse.

Na reunião com os trabalhadores, a secretária Carla lembrou que os projetos enviados à Câmara incluíam várias funções cujos contratos estão perto do vencimento e afetariam a prestação de serviços à população.

“Isso foi avisado diversas vezes para diversos vereadores. Eles deveriam saber, e continuaram se negando a votar. Pediram que separassem o Samu, mas não é o único serviço que vamos ficar sem. Agora, quando aprovam, não temos mais prazo para fazer o processo de seleção”, explicou Carla.

Entenda

Abril

  • Governo encaminha a mensagem 10 para mais de 500 contratações emergenciais, incluindo Samu. Após resistência da Câmara, proposta é arquivada em junho.

Junho

  • No dia 10, prefeitura encaminha novo projeto na mensagem 16, reduzindo o número de contratações para 323.

Julho

  • No dia 3, Câmara supera a resistência e aprova as contratações emergenciais. Uma emenda acabou reduzindo as contratações à 159, incluindo do Samu.
  • Os contratos atualmente em vigor serão encerrados entre os dias 17 e 19, sem tempo hábil para uma nova seleção.

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