Estaleiros da região firmam memorando com chineses

Polo Naval

Estaleiros da região firmam memorando com chineses

Parceria envolve Ecovix, EBR e outras três estruturas do país

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Estaleiros da região firmam memorando com chineses
Objetivo do acordo é o fortalecimento da indústria naval em todo o país e pode impactar unidades em Rio Grande e São José do Norte. (Foto: Matheus Vieira)

Os estaleiros Rio Grande – operado pela Ecovix – e Brasil (EBR), em São José do Norte, firmaram no último sábado um memorando de interesses com quatro dos maiores estaleiros da China – COOEC, CSSC, Cosco e CIMC. A iniciativa, celebrada em cerimônia no Rio de Janeiro, encerrou uma semana de visitas de executivos chineses às estruturas.

O acordo também envolve os estaleiros Atlântico Sul (PE), Mauá (RJ) e Enseada (BA). A expectativa é que essas parcerias contribuam para modernizar as estruturas e superar as condições de financiamento para executar contratos com a Petrobras. “A gente gostaria que os chineses fossem sócios dos nossos estaleiros aqui. Temos estaleiros em recuperação judicial, estaleiros que precisam de upgrade (modernização), estaleiros que precisam de algum monitoramento”, afirmou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

Os estaleiros EBR e Ecovix têm histórico de participação nas grandes obras navais brasileiras iniciadas a partir entre 2005 e 2014. Naquele período, a Petrobras direcionava encomendas para a indústria naval nacional, estimulando a construção de grandes unidades como o Estaleiro Rio Grande. O ciclo foi interrompido em 2015, após a Operação Lava Jato, que levou boa parte do setor à crise e à recuperação judicial. “Desde 2016, a Petrobras não encomendava equipamentos em estaleiros brasileiros”, lembrou Magda.

Recuperação judicial

A Ecovix é uma das empresas que atualmente opera em recuperação judicial, mas que, conforme o deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT), em entrevista ao programa Debate Regional, está próxima de zerar suas pendências tributárias com o governo federal. O acordo, assinado em outubro do ano passado, previa o pagamento de 214 milhões de reais em 120 prestações, mas 24 parcelas já foram antecipadas.

Retomada

Em 2024, a Petrobras retomou sua política de fortalecimento da indústria naval. O plano da estatal prevê a encomenda de 25 navios petroleiros e 44 barcos de apoio a plataformas em alto-mar. Quatro navios Handy já foram contratados pelos estaleiros Ecovix e Mac Laren (RJ), com um investimento de R$ 1,6 bilhão, gerando mais de 1,2 mil empregos diretos a partir de agosto.

Há também uma licitação para a construção de mais oito embarcações, separadas em dois lotes – com três e com cinco gaseiros. O certame está marcado para 20 de agosto e pode ampliar o tempo de serviço no Estaleiro Rio Grande em até seis anos no caso de vitória.

Conforme a estatal, a aproximação com os estaleiros chineses foi impulsionada por esse novo pacote de encomendas. “A grande carteira de encomendas da Petrobras atraiu o interesse dos chineses, que passaram a semana no país”, afirmou Magda. Segundo ela, o foco são as encomendas de navios e barcos de apoio a plataformas em alto mar.

“O Brasil tem uma demanda gigantesca por embarcações. Precisamos colocar o Brasil dentro da cadeia produtiva”, ressaltou o secretário adjunto de Energia da Casa Civil, Ricardo Buratini. Atualmente o país é o principal contratante mundial de navios-plataforma (FPSOs) para a produção de petróleo e possui elevada demanda por embarcações de apoio a essas unidades.

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