O governador Eduardo Leite (PSD) participou nesta segunda-feira (7) da reinauguração da Rádio Pelotense, onde concedeu uma entrevista exclusiva, transmitida em rede com a Rádio A Hora, de Lajeado. Além de visitar os estúdios e a redação do A Hora do Sul, o governador também cumpriu agendas em Pelotas e Rio Grande.
Questionado sobre a atenção dada pelo governo do Estado à metade sul, Leite lembrou que a região enfrenta desafios desde o século passado. “É uma região que foi muito próspera no final do século 19 e início do século 20, mas é importante lembrar que foi próspera para uma metade da população, porque a força dessa região veio a partir das grandes fazendas produtoras de charque que utilizavam mão de obra escrava”, lembrou.
Como medidas para potencializar o desenvolvimento da região de Pelotas, o governador lembrou dos incentivos para a aviação, que permitiram voos diretos entre o aeroporto de Pelotas e os aeroportos de Guarulhos e Campinas. “Isso é fundamental para conectar essa região aos grandes centros econômicos e com isso ajudar a trazer a oportunidade de mais pessoas se fixarem aqui, novos talentos estarem aqui e se relacionarem com os grandes centros”, afirmou.
O governador afirmou que o desenvolvimento econômico depende não apenas do apoio do governo, mas da integração dos empreendedores. “Essas regiões onde observamos prosperidade são menos por incentivos específicos governamentais e mais por movimentação da própria iniciativa privada”, disse. “Não há nada que substitua o empreendedorismo da iniciativa privada, a articulação entre as empresas”.
Reconstrução do RS
A respeito das obras de reconstrução e resiliência após as enchentes de maio de 2024, Leite afirmou que o trabalho depende de planejamento para que o trabalho seja eficiente. “As respostas não são apenas reconstrução da mesma coisa que foi levada, é sobre construir melhor e com mais resiliência, o que enseja projetos maiores, mais robustos, e às vezes não tão ágeis como as pessoas gostariam, e num conjunto grande de lugares”, disse.
Leite afirmou que a estrutura da Defesa Civil do Estado quadruplicou desde o ano passado, fortalecendo a capacidade de resposta diante de tragédias. “O que observamos no evento climático mais recente foi um nível de preparação muito melhor do Estado e das prefeituras”, afirmou. “Os prefeitos perceberam que o Estado está com uma visão melhor, com uma articulação melhor, para proteger a vida das pessoas.”
Candidatura à presidência
O governador, que recentemente se filiou ao PSD, mantém a expectativa de concorrer à presidência da República em 2026, mas pondera que a decisão depende de diversos fatores na conjuntura política. “Eu tenho disposição para liderar um projeto nacional, mas eu sei que não depende apenas da minha vontade”, disse.
“Se houver uma outra candidatura que melhor possa representar aquilo que eu acredito, que é modernizar o Brasil, vai ter que fazer reformas e ajustes para poder equilibrar as contas, para ajudar a reduzir a taxa de juros, para criar um ambiente econômico de mais entusiasmo no Brasil”, afirmou.
Para o governador, a condução do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai resultar em uma nova crise econômica. “Vai começar a não ter dinheiro para pagar o básico no país, não vai ter dinheiro para custear os serviços, que dirá para fazer investimentos, e você não vê disposição para fazer ajustes, reformas”, afirmou.
