A esplanada da praça Coronel Pedro Osório, em frente ao Theatro Sete de Abril recebeu oficialmente o nome da professora e ativista cultural Berê Fuhro Souto, na manhã desta segunda-feira (7). A denominação que homenageia a pelotense, que morreu em 2017, foi concebida por meio do Decreto de Número 847, de 2023. O evento integrou as celebrações do aniversário de 213 anos de Pelotas.
A cerimônia de inauguração foi conduzida pelo vereador Kauê Fuhro Souto, filho da homenageada, e contou com a presença de autoridades, familiares, amigos e ex-alunos de Berê. Para marcar a data, as netas da professora, o secretário da Secretaria de Qualidade Ambiental, Márcio Souza, e o prefeito, Fernando Marroni (PT), plantaram uma calliandra tweediei, uma árvore conhecida como topete de cardeal, próximo onde estará uma placa apresentando o nome da patrona.

Foi plantada uma árvore para marcar o evento (Ana Cláudia Dias)
É uma mistura de sentimentos de filho e de figura pública de conseguir, através dos meus colegas da Câmara de Vereadores, que eu tenho que agradecer, que por unanimidade aprovaram o Decreto 847. “O vereador lembrou que quando o Sete de Abril fechou em 2010, ela foi uma das ativistas culturais que reivindicou um outro espaço para artistas locais.
Também presentes no evento, os filhos Ismael e Guilherme Fuhro Souto Cruzeiro lembraram que ela foi muito ativa na dança em Pelotas e no Rio Grande do Sul. Berê fundou a academia estímulo em 1983 e por três décadas construiu mais de uma centena de espetáculos, muitos deles apresentados no Theatro Sete de Abril. “A gente vê essa homenagem como um reconhecimento por tudo que ela fez pela cidade. A gente está muito feliz com o que foi feito”, comenta Guilherme Cruzeiro.
Espetáculos

A Dança Afro foi representada pelo bailarino e coreógrafo Daniel Amaro (Ana Cláudia Dias)
Na sequência os grupos Ballet de Pelotas, Companhia de Dança Afro Daniel Amaro, Companhia Turno 2 e o grupo Tholl se apresentaram na esplanada, no final da manhã. À tarde o Tholl voltou à tarde para apresentar o espetáculo novo do grupo chamado Lendas do Sul, uma releitura das lendas M’Boitatá, A Salamanca do Jarau e O Negrinho do Pastoreio, registradas pelo escritor João Simões Lopes Neto.
Presente no evento, o diretor e criador do Tholl João Bachilli foi amigo da professora Berê, foi ela quem primeiro apoiou a iniciativa do artista, que culminou com a criação da trupe circense. “Ela a primeira que ofereceu o espaço dela, a academia Estímulo, para a gente começar essa maluquice, que virou coisa séria. Ela sempre nos incentivou, ela deu uma casa para a gente poder acontecer. É emocionante poder fazer essa homenagem pra ela”, fala Bachilli.
Representando a Universidade Federal de Pelotas, a professora Eleonora Campos da Motta Santos, coordenadora de Arte, Cultura e Patrimônio da UFPel, acompanhou a Companhia Turno 2, projeto de extensão da Universidade. O grupo de dança agrega bailarinos com mais de 40 anos, da comunidade. “Fomos convidados tanto porque fazem parte do grupo muitos ex-dançarinos da Berê e também porque ela foi a pessoa que batalhou pela existência da graduação em Dança na Universidade Federal de Pelotas”, explicou Eleonora.
Por agendamento
A esplanada é um espaço ao ar livre que pode ser utilizado para manifestações culturais. Para agendar o evento é preciso contactar a Secretaria de Cultura.