Presidente da Fecomércio visita jornal A Hora do Sul e Rádio Pelotense

Entrevista

Presidente da Fecomércio visita jornal A Hora do Sul e Rádio Pelotense

Luiz Carlos Bohn esteve em agenda pela região Sul e participou da inauguração de unidade em Jaguarão

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Presidente da Fecomércio visita jornal A Hora do Sul e Rádio Pelotense
Em Pelotas, prédio histórico no entorno da praça sediará curso de Gastronomia, assim como exposições (Foto: Jô Folha)

Com intensa agenda pela região Sul do Estado, o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn, visitou o jornal A Hora do Sul e a Rádio Pelotense. Tendo como destaque a inauguração da unidade do Sesc e do Senac em Jaguarão, Bohn aproveitou a passagem para dialogar com representantes de sindicatos de cidades como Rio Grande, Pelotas e Jaguarão.

Há 25 anos integrando o Sistema Fecomércio, Bohn se orgulha de ser um dos responsáveis por apostar na educação como um dos principais braços da entidade. Em Pelotas, o Sesc e o Senac mantêm seis unidades em funcionamento. Em breve, o curso de Gastronomia ganhará um prédio próprio no Centro Histórico da cidade, na esquina da praça Coronel Pedro Osório com a rua 15 de Novembro. O local também deverá abrigar um centro cultural.

Em entrevista ao jornal A Hora do Sul, Bohn comentou sobre questões do cenário nacional e estadual, além de destacar ações da entidade que têm ganhado visibilidade, como a plataforma Representa Mais, criada para registrar e encaminhar demandas do setor empresarial.

Como será a nova Escola de Gastronomia do Senac?

A recente concessão de uso de um prédio localizado na praça Coronel Pedro Osório, feita pela prefeitura, permitirá que o espaço abrigue a Escola de Gastronomia, além de áreas destinadas a exposições, atendimento ao turista e cafeteria. A população pelotense também poderá usufruir do espaço restaurado. A prefeitura ficará responsável por parte da restauração, enquanto o Senac e o governo do Estado financiarão a outra parte. O projeto arquitetônico de recuperação do prédio histórico já foi apresentado ao programa Iconicidades.

O que deve ser feito para tornar o RS mais competitivo?

O Brasil está crescendo lentamente; neste ano, o crescimento deve ficar em torno de 2% ou menos. A política do governo federal segue mais voltada ao assistencialismo do que ao desenvolvimento econômico, e isso é muito evidente. O Rio Grande do Sul tem se saído melhor devido à força do agronegócio. No entanto, há cenários preocupantes, como a questão da migração: segundo dados do IBGE, o Estado perdeu cerca de 78 mil pessoas. Enquanto isso, Santa Catarina vem crescendo também em termos populacionais. Não podemos esperar muito de uma economia com essa dinâmica. Como federação, buscamos elevar o setor terciário ao seu melhor desempenho, criando um ambiente mais favorável aos negócios.

Como o associativismo pode contribuir para um Estado mais competitivo?

O associativismo contribui significativamente para a competitividade de um Estado, seja por meio da educação, da criação de espaços voltados à tecnologia, da atuação de novas empresas ou, no caso do Senac, por meio da educação profissional. Inclusive, nossa graduação é voltada para a formação técnica e operacional, com foco mais aplicado do que teórico.

O que pode contribuir para o desenvolvimento da Zona Sul?

Acreditamos que o desenvolvimento pode ser impulsionado por projetos que visem melhorar a gestão empresarial e a valorização de espaços urbanos, como o centro das cidades. Temos o entendimento de que não devemos retirar nossas unidades do Centro, justamente para manter sua valorização. Contribuímos por meio da melhoria do ambiente de negócios e percebemos que evitamos muitas vezes retrocessos mais do que promovemos avanços. A plataforma Representa Mais, com cerca de 10 mil empresários conectados, permite que eles opinem sobre projetos de lei. Com base nesse retorno, definimos nossa posição institucional. Contamos com uma assessoria de relações governamentais que atua junto ao Legislativo e ao Executivo, acompanha os projetos em andamento, divulga informações em nossos grupos e mobiliza comissões e conselhos para participação. Isso fortalece nosso posicionamento, pois mostra ao legislador que não se trata apenas da opinião de alguns consultores ou empresários, mas de uma rede ampla de milhares de empresas.

Como o Festival Internacional Sesc de Música, sucesso em Pelotas, pode influenciar outras áreas?

O Festival vem crescendo e já é modelo no Brasil. Alguns estados — ainda que em escala menor — tentam replicar o formato, pois percebem a sua relevância. Tenho certeza de que é o maior festival de música erudita promovido pelo Sistema Sesc no país. Talvez até mesmo da América Latina. O evento movimenta a economia em pleno período de férias, promove alegria e entrega cultura de qualidade à população.

Como está a formação de mão de obra qualificada, considerando as dificuldades relatadas pelo empresariado regional?

De fato, quando o trabalhador precisa conciliar trabalho e estudos, já enfrentamos um desafio na formação. Ainda assim, acredito que entregamos uma formação de qualidade. Temos cursos de curta e longa duração, com mais de 1,6 mil títulos disponíveis no Senac — muitos deles totalmente gratuitos. Nosso compromisso é entregar uma formação eficiente e contribuir para a melhoria da vida das pessoas.

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