“Os responsáveis relatam melhoria na dinâmica da alimentação da família”

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“Os responsáveis relatam melhoria na dinâmica da alimentação da família”

Eduarda Silva Teixeira é doutoranda de Nutrição da UFPel

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“Os responsáveis relatam melhoria na dinâmica da alimentação da família”
Eduarda (centro) atua junto à equipe de projeto da Universidade Federal de Pelotas

Eduarda Teixeira é nutricionista, doutoranda pela UFPel e atual coordenadora do trabalho de campo do projeto “Estado nutricional e comportamento alimentar em crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista”, conhecido como PANA: Protocolo de Atendimento Nutricional ao Autismo.

Como surgiu o projeto?

Em 2018, com o aumento significativo na demanda por atendimentos nutricionais a crianças e adolescentes com transtorno do espectro do autismo no Ambulatório de Nutrição Clínica Materno-infantil, verificou-se a necessidade de desenvolver um projeto especificamente voltado a esse público, que permitisse a avaliação nutricional aprofundada desses casos e posteriormente, a proposição de um protocolo de atendimento nutricional personalizado. Foi observado que muitos pacientes apresentavam particularidades complexas, como seletividade alimentar, compulsão alimentar, ou até mesmo modificações alimentares em decorrência de alterações sensoriais, aspectos que contribuem com o comprometimento do estado nutricional, da saúde e da qualidade de vida, além do aumento na insegurança da família em relação aos cuidados com a criança ou adolescente. Diante desse cenário, as alunas de pós-graduação Josiane Luçardo e Giliane Monk, sob orientação das professoras Sandra Valle e Juliana Vaz, idealizaram um projeto que foi então denominado como PANA – Protocolo de Atendimento Nutricional ao Autismo, que desde o mesmo ano, tem acolhido famílias e ajudado mais de 450 pacientes e familiares a enfrentarem desafios alimentares com cuidado e orientação individualizada. Atualmente, a equipe é composta por quatro nutricionistas doutorandas do pós-graduação em Nutrição e Alimentos da UFPel, cinco alunas de iniciação científica (acadêmicas do curso de nutrição) e uma aluna do ensino médio do colégio municipal Pelotense (bolsista de iniciação à pesquisa).

Quais os principais eixos de atuação?

O projeto tem como eixos principais a avaliação diagnóstica, incluindo informações clínicas, estado nutricional, comportamento alimentar e exames laboratoriais e a intervenção nutricional por meio de atendimentos prestados via Sistema Único de Saúde, no Ambulatório de Nutrição Clínica Materno-Infantil.

No decorrer do acompanhamento, pode-se observar resultados positivos na aceitação de novos alimentos, correção de deficiências nutricionais e na mudança em como a família percebe o contexto alimentar, fatores que contribuem para promoção da autonomia das famílias.

Tem alguma história marcante no projeto?

Ao longo das atividades do projeto, foi possível acompanhar diversos pacientes com dificuldades alimentares e observar a evolução gradual na aceitação de alimentos. Frequentemente, os responsáveis relatam melhoria não apenas na rotina alimentar da criança, mas também em toda a dinâmica da alimentação da família. Lembro do depoimento da Gisele que é mãe de dois meninos que participaram do projeto, o Henri e o Otávio. Ela nos contou que foi fundamental para o desenvolvimento deles, que são autistas, principalmente o Henri que tem seletividade alimentar e rigidez cognitiva. Muitas vezes a orientação da nutricionista, quanto a alimentação e as suplementações, é o que faz diferença no dia a dia.

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