Quase dois meses após a assinatura do contrato para reforma, a obra de recuperação do telhado da Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Irmãos Andradas, em Canguçu, ainda não começou de fato. Embora a Secretaria de Obras Públicas (SOP) afirme que o trabalho está em andamento e que as dificuldades na aquisição de materiais foram superadas, a direção da escola relata que até agora foram realizadas apenas etapas preliminares, como a retirada do forro e da iluminação das salas interditadas.
Segundo o diretor da escola, José Vargas, a empresa responsável, Cetus Construtora, atribui o atraso a problemas internos e à dificuldade em obter materiais específicos, como telhas francesas e madeira sob medida. Enquanto isso, a rotina escolar segue afetada, com turmas adaptadas em espaços improvisados desde setembro do ano passado.
A obra não foi iniciada dentro do prazo estipulado pela SOP. O contrato foi assinado em 7 de maio, com previsão de execução em até 30 dias. Segundo informações repassadas à escola, a empresa responsável passou por mudanças internas, com troca de investidores, o que exigiu indenização de funcionários e reestruturação. A princípio, isso teria impactado o início dos trabalhos.
A única intervenção prática feita até agora, conforme o diretor, foi a remoção do forro, da iluminação e da parte do telhado que já estava comprometida. Também foi feita uma limpeza da área afetada por abelhas. Na última quinta-feira, chegou a madeira para a montagem do novo madeiramento da cobertura.
Salas de aula improvisadas
Enquanto isso, a estrutura do telhado continua comprometida. As três salas interditadas seguem fora de uso, e a escola continua utilizando espaços como refeitório, biblioteca e sala dos professores para abrigar turmas. Pela manhã, são dez turmas, e à tarde, nove. Um sistema de rodízio entre os espaços foi implementado, respeitando o tamanho das turmas e o espaço disponível.
Até agora, nenhum novo prazo oficial foi informado à direção da escola sobre o início ou a conclusão da obra. O diretor relatou expectativa de que os trabalhos comecem nos próximos dias.
Palavra da SOP
A SOP informa que após a ação emergencial para conter uma falha na cobertura do prédio, foi identificada a necessidade de intervenção de maior porte a fim de recuperar o telhado. Segundo a secretaria, o “trabalho está em andamento” e confirmou que o atraso se deve à dificuldade da empresa na aquisição de materiais, “mas a situação já foi contornada”.
Além disso, a SOP diz que as Coordenadorias Regionais de Obras Públicas (Crops) fornecem relatórios rotineiros de todas as obras no Estado. Periodicamente, os dados do andamento dos trabalhos são enviados para o Sistema de Gestão de Obras (SGO), com supervisão de equipes na sede da secretaria, em Porto Alegre.