Com alerta para a possível elevação da Lagoa dos Patos no final da noite deste sábado (28) na região de Pelotas, de acordo com as análises da Defesa Civil Regional e das universidades, a prefeitura detalhou as ações preventivas que estão sendo colocadas em prática.
Durante o encontro, o prefeito Fernando Marroni (PT), acompanhado de secretários, representantes do Sanep, da Defesa Civil e UFPel, destacou que a região da Colônia Z-3 é a mais preocupante.
Por conta do cenário e de forma preventiva, foram construídas barreiras de areia e pedras na localidade e também no Laranjal. “Não é uma barreira para resistir à correnteza, e sim para o avanço da água. Essa proteção nós vamos manter aqui pelo menos enquanto há esses eventos mais ao centro do Estado, pois sabemos que demora alguns dias para chegar por aqui”, explicou Marroni.
O coordenador da Defesa Civil de Pelotas, Milton Martins, afirmou que foi realizado o fechamento da boca do arroio que passa pela Z-3, pois uma elevação no nível da lagoa afeta diretamente a região do Cedrinho. “Começamos o trabalho ontem às 17h e encerramos hoje às 4h, e acreditamos que vamos conseguir minimizar muito os impactos na Z-3”, disse.
Uma bomba está sendo colocada no local pelo Sanep para que a água do arroio retorne para a Lagoa dos Patos, caso a elevação de nível alcance patamares mais preocupantes. Na noite de sexta-feira (27), na área do Junquinho, ainda na colônia de pescadores, as equipes da Defesa Civil Municipal encontraram pontos de alagamento, mas nenhuma família precisou ser retirada de casa.
“Lá não tem proteção, as águas entram pelos canos, mas ainda não tinha afetado nenhuma casa, então nós só alertamos os moradores”, afirmou o coordenador.
O Executivo pelotense detalhou a mobilização e o monitoramento conjunto que está sendo realizado pelas secretarias, Defesa Civil Municipal e Regional, com apoio científico da UFPel e da Furg. “Estamos todos em emergência, monitorando 24h”, garantiu o prefeito.
Região
O responsável pela Defesa Civil Regional, Márcio Facin, afirmou que a situação está mais grave, neste momento, em Rio Grande e São José do Norte. Nestas cidades, que são mais baixas ao nível do mar que Pelotas, há mais áreas alagadas, ainda que o cenário continue de vazão da água em direção ao Oceano.
Em Rio Grande, as regiões de maior preocupação são a das Ilhas, o entorno da Lagoa próximo ao Cais do Porto Velho, a rua Marechal Deodoro e proximidades. No último boletim emitido pela prefeitura, consta a interrupção no serviço de transporte de veículos por balsa na Ilha dos Marinheiros, devido a elevação no nível das águas.
Três abrigos já estão mobilizados caso haja a necessidade de deslocamento de famílias. Na noite de sexta-feira (27), a Defesa Civil Municipal auxiliou no transporte de móveis na região das Ilhas para locais seguros.
No final da manhã, de acordo com a medição pela régua do CCMar, a Lagoa dos Patos estava 21cm acima da cota de inundação em Rio Grande.