E-Atleta profissional há quase dez anos, o rio-grandino Breno Cecere esteve no staff da Tuzzy e-Sports, campeã da edição deste ano da e-Libertadores, principal torneio de futebol virtual da América do Sul. Atuando no apoio dos atletas e na parte de marketing e mídias ele agora se prepara para a disputa do mundial em agosto, na Arábia Saudita.
Qual a sua trajetória como gamer profissional?
Sempre gostei do Fifa e em 2016 jogando um campeonato despretensiosamente em uma loja de Rio Grande, conheci o pessoal do Galáticos FP, ali começou minha história. No Pro Clubs, junto com o Galáticos, foi onde percebi que o Fifa podia ser mais do que apenas um hobby. Junto ao Galáticos, fui campeão do Campeonato Gaúcho, da Libertadores e do Brasileiro da modalidade, o que me levou a Seleção Brasileira, onde em 2019 fui campeão da Copa do Mundo de Pro Clubs da Virtual Pro Network. Com a pandemia e outras responsabilidades, acabei me afastando do competitivo do jogo e continuei jogando apenas por hobby, até que em fevereiro de 2024 veio o convite para fazer parte do Staff da Tuzzy e-Sports.
Como você observa a evolução desta profissão nos últimos anos?
A gente costuma brincar entre nós que logo os jogadores vão estar ganhando salários astronômicos como os do futebol real sem derramar um pingo de suor. O EA FC (antigo Fifa) ainda está distante dos grandes e-Sports em questão de estrutura e premiação, mas tudo caminha para uma evolução rápida, já que o jogo foi incluído oficialmente como modalidade neste ano no EWC, que é o principal campeonato de e-Sports no mundo. Além disso, o fato da parceria da EA com a Conmebol e a UEFA, faz com que tenhamos a eLibertadores e a eChampions League, o que faz com que o e-Sport se torne ainda mais atrativo para quem consome conteúdo.
Como se tornar um e-atleta e quais as maiores dificuldades que pode se encontrar ao longo do caminho?
Hoje em dia não basta ser apenas bom. A rotina de um e-Atleta é muito importante, desde ter uma boa rotina de sono, uma alimentação adequada e a saúde mental através de apoio psicológico são pilares fundamentais para que o atleta desempenhe o seu máximo. Acredito que por quem estar iniciando não ter essa estrutura, não ter a noção da importância dessas coisas, acaba ficando pra trás. Outro grande problema que temos, principalmente aqui na nossa região, é a questão da conexão. Um atleta do RS sempre vai ter dificuldade contra um atleta de São Paulo por conta da proximidade com o servidor.
Como a equipe está se preparando para o mundial?
Temos três atletas classificados para o mundial, FacuCowen, Rampazzo e Fonseca. Facu conquistou a vaga duas vezes, uma por ser campeão argentino e outra pela eLibertadores, o que nos garantiu com que tivéssemos três atletas. Rampazzo e Fonseca também conseguiram a vaga por serem semifinalistas da eLibertadores. Ainda haverá o Last Chance, em Ryiad, antes do mundial, onde todos os nossos atletas viajarão para a Arábia para tentar uma das seis vagas restantes. Estamos confiantes em ter pelo menos mais um e chegamos lá com muita moral, com Facu sendo um dos favoritos a ganhar o título. A preparação vem sendo muito intensa, os atletas treinam em média 4h por dia, tem encontros semanais com psicólogo e toda uma equipe em volta para que tudo corra bem e que a gente consiga chegar lá e levantar o caneco.