Em visita ao Rio Grande do Sul, o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, cumpre agenda em Pelotas desde terça-feira (24). Acompanhado do prefeito Fernando Marroni (PT), ele visitou áreas da cidade vulneráveis a alagamentos e concedeu uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (25), no Paço Municipal.
Conforme Wolff, a vista tem o propósito de compreender in loco quais as necessidades prioritárias da população devido aos impactos e estragos deixados pela enchente de maio de 2024. “Nós estamos demandando da Defesa Civil Nacional alguns projetos estruturantes”, diz o prefeito Marroni.
Segundo o prefeito, entre as obras prioritárias elencadas estão melhorias e o reforço da infraestrutura da estrada de acesso à Colônia Z-3. Diante dos alagamentos do ano passado, a localidade ficou isolada durante cerca de 30 dias. “É mais do que justo, é uma comunidade de 1,2 mil famílias. Gente que trabalha de sol a sol e que precisa dessa via”, destaca Wolff.
Além disso, outra intervenção seria para o reforço de uma vulnerabilidade na barragem do canal Santa Barbara. “Que é uma obra que a defesa civil vai poder nos ajudar com um estudo sobre essa vulnerabilidade”, diz Marroni.
Aporte indefinido
Embora as prioridades estejam definidas, segundo o prefeito, ainda não há nenhuma garantia de repasse de recursos por parte da Defesa Civil Nacional para essas obras. Marroni ressalta que a dificuldade de acesso a aportes se dá porque a Prefeitura de Pelotas deveria ter inscritos projetos de recuperação de infraestrutura danificadas pela enchente até dezembro do ano passado, o que não teria sido realizado pelo governo de Paula Mascarenhas (PSDB).
“A cidade não enviou planos para Defesa Civil Nacional. Por isso, essa dificuldade que a gente tem agora de poder acessar recursos para recuperação ainda dos desastres do ano passado”, diz.
Conforme Marroni e o secretário Wolff, na época, o executivo teria inscrito somente o projeto de recuperação da estrada de acesso do Pontal da Barra – outra localidade que historicamente fica isolada após cheias da Lagoa dos Patos -, porém o repasse de R$ 4,8 milhões não foi efetivado porque no momento em que os técnicos da Defesa Civil Nacional foram vistoriar a via, a prefeitura já havia realizado a recuperação com outros meios.
Gestão anterior contesta
A frente da coordenadoria de transparência e controle interno no governo Paula Mascarenhas, Tavane Krause contrapõe a afirmação de que não haveriam sido inscritos no governo Federal projetos de recuperação de infraestrutura danificada pelas cheias em 2024.
Conforme Tavane, entre maio e dezembro, 25 projetos teriam sido cadastrados no sistema S2ID, coordenado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. Segundo ela, as propostas de obras somariam R$ 60 milhões.
Tavane afirma ainda que em visita da Defesa Civil Nacional a Pelotas em dezembro, o projeto de recuperação da estrada do Pontal da Barra teria sido readequado, passando a ter um custo de R$ 2,5 milhões. “Para ter maior resistência a elevação das águas”, diz ao citar que a via ainda precisaria de uma estrutura mais robusta.