Está em processo de criação o Banrisul Cultural, com uma proposta que promete representar um marco na relação do banco com a sociedade gaúcha. A iniciativa foi anunciada na manhã desta quarta-feira (25), durante coletiva de imprensa realizada no Salão Nobre da instituição.
O evento contou com a presença do governador Eduardo Leite (PsDB), do presidente do Banrisul, Fernando Lemos, de dirigentes do banco e da produtora cultural Beatriz Araujo, responsável por liderar o processo de estruturação e implantação. Para que o Instituto se concretize, o Governo do Estado precisa encaminhar um projeto de lei à Assembleia Legislativa, formalizando o processo de fundação da nova entidade.
Para o governador Eduardo Leite (PSD), os anúncios do Banrisul fazem total sentido para o banco, clientes, portfólio e negócios. “Essa é melhor forma de entregar valor e também de poder ajudar a preservar a memória, fomentar políticas culturais, estar ligado às diversas manifestações artísticas em todas as comunidades do nosso Rio Grande, algo que o banco já faz historicamente. Agora, vamos poder fazer com a forma melhor estruturada, mais transparente”, destacou.
Recursos para bibliotecas
Mesmo sem o Instituto estar formalizado, a direção do banco anunciou a destinação de R$ 10 milhões para um programa de restauro, reforma, manutenção e modernização de bibliotecas públicas localizadas em diferentes regiões do Rio Grande do Sul. Parte dessas bibliotecas foi afetada pelas enchentes de 2024. “Estamos trabalhando na parte jurídica para que se envie logo o projeto de lei para a Assembleia. Quando aprovado, vamos de fato criar o Instituto. Paralelamente estou trabalhando junto com marketing nesse investimento de R$ 10 milhões para as bibliotecas públicas”, conta Beatriz Araujo. A pelotense foi convidada por Fernando Lemos para assumir o Instituto.
De acordo com a gestora, que esteve à frente da secretária de Cultura até abril, são 36 bibliotecas afetadas pela enchente do ano passado. Durante a sua gestão à frente da Secretaria, uma equipe da Sedac visitou todas essas entidades, municiando o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas com informações sobre cada uma delas. “Temos dados suficientes para eleger essas bibliotecas e colocá-las em funcionamento novamente”, diz.
Além das unidades diretamente impactadas pelas cheias, o Banrisul também apoiará bibliotecas históricas e tradicionais que desempenham papel essencial na promoção da leitura, da cidadania e da preservação cultural. A previsão é que em torno de 40 entidades sejam escolhidas para receberem os recursos. “Temos algumas limitações, mas em contrapartida o Banrisul não pode repassar recursos para prefeituras, então tem que ser uma biblioteca que seja gerida ou por uma organização social, que é o caso da Bibliotheca de Pelotas, ou que tenha uma associação de amigos”, fala a produtora. Para essas grandes bibliotecas históricas a fatia dos recursos deve ser maior e o investimento poderá ser usado para restauros, por exemplo.
