Após fim de convênio, escola de balé mantém projeto social

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Após fim de convênio, escola de balé mantém projeto social

Projeto criado por Dicléa de Souza tem proporcionado o estudo da dança de forma gratuita

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Após fim de convênio, escola de balé mantém projeto social
Entre 2023 e 2024, 80 crianças, com idades entre oito e 14 anos, passaram pela escola aprendendo a dançar

Por muito tempo a professora e ex-bailarina Dicléa Ferreira de Souza, diretora da tradicional escola que leva o seu nome, sonhou em ampliar o acesso à dança. A intenção era alcançar crianças oriundas de famílias que teriam dificuldades em manter o estudo do balé clássico. Foi assim que surgiu A Magia da Dança. O projeto começou em parceria com a prefeitura de Pelotas, disponibilizando bolsas aos alunos. Com o fim da vigência do contrato, a própria Escola de Ballet DFS está mantendo os bailarinos, porém busca apoiadores para a iniciativa.

O projeto começou em 2007 e foi renovado para outras temporadas. A última renovação ocorreu para o período de dez meses, de agosto de 2023 até maio do ano passado. Neste período os alunos, com idades entre oito e 14 anos, tiveram aulas de balé clássico tanto teóricas quanto práticas, bem como sessões de videodanças e fruição de obras do repertório da dança com fins didáticos/pedagógicos, explica a diretora artística e professora da escola, Daniela Ferreira de Souza.

As crianças também passaram por diferentes oficinas como maquiagem, penteado e dança contemporânea, entre outras. “Como resultado desse processo, fizemos uma Mostra Artística a fins de experiência cênica para os novos alunos da rede pública municipal de ensino”, conta Daniela.

Os alunos que ingressaram há dois anos, os quais já tinham mais experiência, fizeram parte do espetáculo O Quebra Nozes, de 2024, todos com figurinos do acervo da escola. “Para este espetáculo contamos com o apoio do vereador Cristiano Silva (União Brasil) que disponibilizou recursos através de emenda impositiva, tornando possível a participação destas crianças neste espetáculo”, comenta a diretora artística.

Fomentar talentos

Com a participação de crianças de escolas municipais, o projeto chegou a acolher em torno de 80 alunos, atualmente são 40 mantidos na modalidade. Com o fim da parceria, a escola está mantendo A Magia da Dança como pode. Daniela conta que resolveram seguir a propostas, mantendo assim as alunas como bolsistas da escola, por conta própria. “São muitos talentos para se perderem no tempo”, diz.

Por iniciativa exclusiva da escola, as alunas que ficaram recebem uma bolsa para se manterem no aprendizado do balé, sem nenhum tipo de apoio ou patrocínio no momento. Ao falar sobre o que motivou a direção da instituição a promover essa ação, Daniela diz: “O brilho no olhar de cada um, a vontade de aprender (delas) e muitos talentos”.

Sem cansaço

Valentina Pinto Arnold, 11 anos, entrou na última seleção entre as escolas municipais, em 2023. A mãe da jovem bailarina, Renata Pires Pinto, conta que a menina fazia balé antes da pandemia, mas ela não conseguiu mais pagar e teve que tirar a filha do curso.

Após a pandemia, o projeto A Magia da Dança retornou e Valentina conseguiu uma oportunidade para voltar a dançar. “Hoje ela aproveita cada segundo da aula e nunca reclama que está cansada. Sou mãe solteira e não teria como pagar pra ela estar no balé da Dicleia”, conta.

Renata lembra que, assim como Valentina, outras meninas estão tendo a oportunidade de entrar em contato com a arte de forma gratuita, por isso para ela é tão importante a manutenção do projeto. “Outras mães também não têm condições (de pagar)”, argumenta.

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