Mísseis e Copa

Editorial

Mísseis e Copa

Mísseis e Copa

Enquanto parte do mundo se delicia com uma surpreendentemente positiva Copa do Mundo de Clubes, outra parte mira seus mísseis uns contra os outros. Um momento de dualidade de relações internacionais: parte da humanidade se une em alegria em um objetivo tão simples quanto o futebol, mas tão capaz de integrar culturas e criar laços. Outra, por diferenças culturais e laços irreparáveis, opta por explodir uns aos outros. E isso fala muito sobre as relações humanas e como tudo isso é, principalmente, evitável.

A reflexão que sobra é que o detalhe importa, mais do que tudo. Seja na relação conturbada entre Israel, Irã, Palestina e demais vizinhos, seja na nossa em casa. Um gesto faz toda a diferença na hora de criar um laço também. Passa, por isso, a importância de ter uma postura acolhedora e aberta, como estamos vendo nos milhões de torcedores que assistem juntos às partidas na arquibancada, ao lado de pessoas com uniforme do adversário. Por aqui, quando há jogo, a primeira pauta a ser levantada é a segurança e uma operação de guerra é montada pela Brigada Militar.

Estabelecer uma cultura de paz na própria comunidade é, obviamente, uma situação completamente diferente do que lidar com países com ranços históricos milenares. Ainda assim, muitas vezes olhamos para lá com um ar espantado e não notamos que nós mesmos acabamos por escalar situações tensas justamente por nossa postura enquanto indivíduos, enquanto comunidade.

Se há o exemplo, a cada quatro anos, de que é possível fazer futebol sem precisar colocar as pessoas a passarem por bretes e vigiados por centenas de militares, também há o exemplo de que, se olhamos para a mais extrema das violências com horror e descrença, nós mesmo podemos fazer um pouco de diferença. Não o suficiente para evitar uma guerra no outro lado do mundo, mas de forma que, pelo menos, no nosso entorno, podemos ter a paz que admiramos quando vemos os outros fazendo. Se eles fazem, nós podemos fazer. Se acreditamos que o outro pode mudar sua postura, nós também podemos.

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