Investe hoje, economiza amanhã

Editorial

Investe hoje, economiza amanhã

Investe hoje, economiza amanhã
Com a ETE Novo Mundo, município já tem capacidade de tratamento de esgoto em 40%. (Foto: Jô Folha)

Gasto é diferente de investimento, principalmente quando se trata de um serviço público. O avanço para a prefeitura de Pelotas tomar empréstimo de R$ 125 milhões para as Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) pode soar um número descomunal para uma cidade em crise financeira, mas o fato é que é urgente ampliar o tratamento por aqui e, principalmente, correr para alcançar a meta do Marco Legal do Saneamento até 2030.

Em um formato de gestão pública onde raramente os grandes gastos deixam frutos dentro do próprio mandato de quatro anos, é historicamente comum deixar as coisas grandes para depois e focar em resultado imediato. No entanto, iniciar hoje as construções das ETEs – já com décadas de atraso diante da necessidade histórica – é fundamental para um futuro mais digno. Reforçar saneamento é melhorar qualidade de vida das comunidades beneficiadas e é gerar economia futura em saúde. É uma matemática simples.

Na política, raramente essas contas são levadas em consideração, justamente pelo fator temporal citado acima. No entanto, há correlações que precisam ser reforçadas e compreendidas para além de ideologia e de gestões. São os sempre cobrados projetos de cidade, não de governo. Reforçar investimento em saneamento é economizar em outras frentes da mesma maneira que aplicar recursos na educação gera economia na segurança futura, por exemplo. E há muito mais.

Um dos pontos que fez Pelotas parar no tempo em décadas anteriores e ver o ciclo do desenvolvimento frear foi justamente a falta de projetos de cidade. Hoje, engatinhamos em alguns pontos, um sinal positivo. O Pacto Pela Paz, por exemplo, foi absorvido naturalmente pelo novo governo, justamente pela leitura correta de ver que os impactos são muito maiores do que o carimbo da gestão anterior. Os legados da atual gestão deverão ser também abraçados pela próxima. E assim se cria ciclos que duram para além de quatro ou oito anos.

A aprovação tranquila e madura nas comissões da Câmara de Vereadores para o empréstimo do saneamento é um indicador que, para além das rusgas que vem ganhando as manchetes este ano, Pelotas tem espaço para debater projetos maiores e mais sólidos do que os cobrados pelo imediatismo.

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