A licitação para compra e instalação de três radares meteorológicos no Rio Grande do Sul foi novamente suspensa, desta vez na véspera do certame, marcado anteriormente para às 9h30min desta quarta-feira (18). A nova interrupção do processo licitatório ocorreu após um novo pedido de impugnação do edital feito pela Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde).
A entidade, que representa empresas do setor, solicita mudanças significativas no edital. Entre as exigências estão a comprovação de capacidade técnica e profissional da empresa vencedora, a permissão para formação de consórcios e a definição de critérios técnicos claros para a escolha dos locais de instalação dos equipamentos. Além disso, a Abimde pede que seja realizada uma pesquisa de mercado para reavaliar o valor estimado da contratação, levando em conta as especificações atualizadas do projeto.
Esta é a segunda vez que o processo enfrenta entraves. Em abril, a licitação já havia sido suspensa após um primeiro pedido de impugnação, também feito pela Abimde. Na ocasião, o governo estadual revisou o edital e remarcou o certame. Com a nova suspensão, não há prazo definido para a retomada da licitação.
Monitoramento na região
Um dos radares será instalado em Pelotas, com alcance de 400 quilômetros, cobrindo praticamente toda a Metade Sul do Estado. Outros dois equipamentos serão posicionados em Manoel Viana e Soledade, formando um sistema de cobertura meteorológica quase total no território gaúcho. Com tecnologia de Banda S e dupla polarização, os radares seriam capazes de identificar o tipo e a intensidade das precipitações, enviando dados em tempo real à Defesa Civil e outros órgãos de alerta.
“Isso significa que todas as cidades do RS terão acesso a informações meteorológicas muito mais precisas, o que é fundamental para uma resposta regional coordenada. Com a instalação deste radar, a região passará a integrar com mais robustez a rede nacional de monitoramento meteorológico, aumentando a segurança e a resiliência frente aos eventos extremos que têm se tornado mais frequentes”, explica o coordenador regional da Defesa Civil em Pelotas, coronel Márcio Facin.
Para ele, a iniciativa representaria um avanço imediato na prevenção de desastres naturais. “Isso [o radar] permitirá à Defesa Civil agir de forma mais preventiva e estratégica, emitindo alertas mais rápidos e confiáveis para a população, fortalecendo as ações de preparação, reduzindo riscos e protegendo vidas”, destaca.
O projeto ainda prevê a criação de uma plataforma digital integrada, com uso de inteligência artificial e emissão de alertas em padrão internacional (CAP), além da operação contínua dos sistemas por dois anos, com apoio de meteorologistas especializados.