Há 100 anos
Numa demonstração de carinho com os soldados do 9º Batalhão de Caçadores, sediado em Pelotas, a comunidade se preparava para receber os jovens conterrâneos que regressaram dos campos de batalha no Paraná, onde lutaram contra as revoltas cívico/militares que eclodiram em São Paulo, em 1924 e se espalharam pelo sul do Brasil, chegando ao Rio Grande de Sul, e culminando com a Coluna Miguel Costa-Prestes, que ocorreu entre 1925 e 1927.
Mas em 14 de junho a data exata da chegada, não tinha sido divulgada. Um dia antes, o Batalhão estava à espera do trem, na estação de Iraty, no Paraná, que conduziria os soldados a Pelotas.
Jovens meninas na comissão
Uma comissão constituída pelas jovens Ondina Louzada, Marina Carvalho, Veneza, Enilda Maia e Olga Mascarenhas Cruz ficou responsável de projetar a programação, que foi paga com dinheiro doado por comerciantes, industriários e outras pessoas da comunidade.
Entre as atividades previstas estavam ida ao cemitério para se depositar flores na “Columna votivo aos mortos”, construída para o primeiro centenário da Independência, como homenagem aos heróicos soldados do 9º BC que morreram naquele período.
Medalhas e flores
A cada soldado do Batalhão seria oferecida uma medalha de bronze com a seguinte inscrição: “Ao Soldado da Lei pelo cumprimento do Dever – Pelotas, junho de 1925”, bem como um ramalhete de flores naturais, com uma pequena bandeira do Brasil ao centro, acompanhado por um cartão com a frase: “Pela volta da jornada patriótica, pelo Brasil forte e progressista, na qual heroicamente cumpriu o seu dever – o soldado do 9º B/C, oferece a comissão”.
Os oficiais também receberiam ramalhetes de flores e cartões de agradecimento. Também uma placa de bronze ao Batalhão.
Para a passagem de trem na estação de Piratini também foi preparado um momento com foguetório, celebração que se repetiria nas praças da República (atual Coronel Pedro Osório) e Júlio de Castilhos (atual Antônio Zattera) e no porto de Pelotas. Ainda na cidade estava programada uma recepção com duas bandas musicais na estação férrea.
Fonte: jornal Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense.
Há 50 anos
Ministro confirma o início de projetos para a Lagoa Mirim em 1975
O Ministro do Interior, Rangel Reis, disse em Porto Alegre que o presidente da República autorizou o início do projeto Centurião-Talavera no ano de 1975, com o começo das obras de infraestrutura. De acordo com o governo da época, a hidrelétrica, que proporcionaria energia elétrica para o norte do Uruguai, com o aproveitamento do rio Jaguarão, estaria pronta para o funcionamento em 1980.
O ministro disse que os estudos para o aproveitamento da Lagoa Mirim e do rio Jaguarão começaram seis anos antes. “Agora, passaremos da fase de planejamento para a execução”, comentou Reis. O projeto Centurião custaria 400 milhões de cruzeiros, em sua primeira etapa.
Rangel Reis informou que todo o planejamento para a região do extremo sul brasileiro, e que beneficiará o norte do Uruguai, foi apresentado ao presidente, general Ernesto Geisel, visando ao encontro que o chefe de estado teria com o presidente Juan Maria Bordaberry no dia 12 de junho de 75.
Rangel lembrou que estava em execução a obra do canal do São Gonçalo, no valor de 40 milhões de cruzeiros, que colocaria fim a salinização da Lagoa Mirim. Já no projeto Centurião-Talavera, a parte de maior interesse para o Brasil se referia à recuperação de 45 mil hectares irrigados, para ampliar a área de cultivo naquele ponto do Estado.
Navegação
Inaugurada em 1977, a barragem atua no impedimento da entrada das águas salinas do Oceano Atlântico na Lagoa Mirim. A obra possibilitou o controle da qualidade da água doce destinada a irrigação, consumo humano e pecuária. Por sua vez, a eclusa possibilita a navegação no Canal São Gonçalo.
Fonte: jornal Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; site da Agência da Lagoa Mirim.