“Chamar atenção para um problema muitas vezes invisível e silenciado”

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“Chamar atenção para um problema muitas vezes invisível e silenciado”

Hartur Marcel Torres da Silva é psicólogo especialista em saúde do idoso

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“Chamar atenção para um problema muitas vezes invisível e silenciado”
Hartur fala sobre o Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado neste domingo (15). (Foto: divulgação)

Hartur Marcel Torres da Silva é psicólogo especialista em saúde do idoso, mestre em saúde no ciclo de vida e coordenador do Centro de Extensão em Atenção à Terceira Idade (Cetres) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel).

Neste mês o Centro realiza ações alusivas ao Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado neste domingo (15).

Qual a importância de ter um Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa?

Este dia é essencial para evidenciar e chamar a atenção para um problema muitas vezes invisível e silenciado. A data serve como um importante momento para aumentar a percepção pública sobre as diversas formas de abuso – físico, psicológico, financeiro, negligência – que as pessoas idosas podem sofrer.

Ao gerar conscientização, a data incentiva a denúncia, promove a criação e o fortalecimento de políticas públicas de proteção e, principalmente, instiga a sociedade a reconhecer o valor e a dignidade dos idosos, combatendo o etarismo e construindo um ambiente mais seguro e respeitoso para todos.

Além de sensibilizar a população em geral, o dia mundial também é fundamental para mobilizar o setor público, organizações e comunidades a agirem.

Serve para lembrar sobre a responsabilidade coletiva de proteger os direitos dos idosos e garantir que eles vivam sem medo, com respeito e segurança.

A data também ajuda o desenvolvimento de estratégias eficazes para prevenção, intervenção e apoio às vítimas, contribuindo para uma sociedade com mais saúde e inclusiva.

Como participar dos projetos do Centro auxilia o idoso a sair de situações como essas?

O Cetres/UCPel, bem como seus projetos de extensão, como o da Universidade Aberta da Maturidade (Uami), por exemplo, atuam de forma preventiva e de apoio, criando um ambiente acolhedor que fortalece o idoso e o ajuda a identificar, ter consciência e lidar com uma eventual violência.

Um dos maiores fatores de risco para a violência contra o idoso é o isolamento. Ao participar das oficinas do Cetres (como crochê, inclusão digital, ginástica, contação de histórias, bordados, grupo musical, danças e etc.) ou das atividades da Uami, os idosos interagem com outras pessoas, criam novas amizades e expandem suas redes de apoio.

Estar inserido em um ambiente de apoio e aprendizado facilita que o idoso converse sobre suas preocupações. Professores, colegas, acadêmicos, residentes e a equipe do Cetres são pontos de contato importantes que podem perceber sinais de abuso e oferecer o encaminhamento adequado para serviços de proteção.

Tem alguma história, que tu possas contar, que o Cetres foi fundamental para a independência do(a) idoso(a)?

São vários exemplos de pessoas que chegam com sintomas depressivos e a partir da participação das atividades, seguindo com seu acompanhamento médico, a pessoa tem um ganho de qualidade de vida muito grande, melhora dos sintomas porque encontram amizades, o grupo, o convívio.

Além disso, tem pessoas que, a partir da participação nas oficinas de artesanato, passam a produzir, em casa, peças de crochet, tricô, tapeçaria, bordados.

Muitos aprendem a costurar aqui, têm uma noção, começam a participar, mas já visando uma prática de costura em casa, na realização de pequenos serviços, então o artesanato também entra como uma excelente fonte de independência, de autonomia.

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