Tudo caminha para Pelotas ter, enfim, uma belíssima mudança de cenário na mais icônica esquina da cidade. O cruzamento que tem praça Coronel Pedro Osório, prefeitura, Mercado Público e o prédio das Finanças, enfim terá este último reformado. Mais do que a volta à ativa de uma das mais belas edificações da cidade, o retorno vai ser com um novo significado, educacional. Caminhe uns poucos metros pela calçada da Lobo da Costa e o Grande Hotel, em obras, terá o mesmo destino. Siga pela Floriano e o prédio de Bellas Artes também. O mesmo serve para as Casas Geminadas e alguns dos Casarões.
O recado disso é que Pelotas, hoje como um polo universitário pulsante, pode muito bem aproveitar esses prédios históricos para dar novo significado para eles. A ideia de começar uma história do zero pode parecer meio ruim para um ou outro saudosista, mas o fato é que é mil vezes melhor reaproveitar um prédio com um novo objetivo do que deixá-lo criando teias. Só recentemente o Ministério Público precisou intervir para o palacete Payssandú, o Castelo do Simões e o Teatro Avenida receberem manutenção. Sem entrar no eterno dilema quanto ao Sete de Abril.
Caberia um espaço Editorial inteiro só citando nomes de prédios que passaram por repaginação e outros tantos aguardando um destino. Revitalizar o Centro, usando de suas memórias, mas olhando para o futuro, é o grande desafio dessa região da cidade. São constantes as reuniões entre lideranças para tentar entender como retomar a beleza e estimular o comércio, e esse é um dos caminhos mais óbvios. Outros avanços, como finalmente o avanço da obra no Praça XV, agora antigo Esqueletão ao lado da Bibliotheca Pública, já mudaram um tanto a fotografia da cidade. O ideal é que aos poucos todo o resto também seja abraçado.
Se Pelotas quer ser turística, com um seminário ocorrendo ao longo dessa semana, dar cara nova para os lugares é fundamental. Se conseguir aproveitá-los para sua essência, melhor. Se não, cabe à comunidade, ao Poder Público e ao empresariado achar soluções para que nossas belezas continuem sendo úteis e não se tornem problemas, inclusive de segurança estrutural.