O Censo Demográfico 2022, analisado pelo Departamento de Economia e Estatística do governo gaúcho, revela um cenário de desafios para o Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) Sul na área da educação. A região, apresentou desempenho abaixo da média estadual em algumas faixas etárias e indicadores. Os dados foram divulgados na última terça-feira, no terceiro volume da série Cadernos RS.
A taxa de frequência escolar, que avalia o percentual de crianças e adolescentes matriculados em instituições de ensino, evidenciou um dos obstáculos para a educação na região: o acesso à creche. Em 2022, Pedras Altas registrou a 4ª menor taxa do Rio Grande do Sul para crianças de 0 a 3 anos, com 3,02% delas matriculadas.
Na mesma lista, Amaral Ferrador ficou no 7º lugar, com 6,35%. Além disso, Turuçu, Arroio do Padre, Capão do Leão, Cerrito, Pedro Osório e São José do Norte também registraram índices inferiores a 20%. Em todo RS, a cobertura de creches para crianças de até 3 anos é de 39,4%.
O panorama também se estende à pré-escola. Capão do Leão figurou entre os dez piores índices do Estado para a faixa etária de 4 a 5 anos, com uma taxa de 70,85% crianças matriculadas, abaixo da média gaúcha de 82,9%. Jaguarão é outro município do Corede com um percentual inferior a 75%.
Nos dois parâmetros, a porção nordeste do Rio Grande do Sul se destacou de forma positiva, concentrando os municípios com as maiores taxas de frequência escolar nas idades iniciais. Nessas áreas, é comum encontrar cidades com cobertura de creches acima de 60% e praticamente universalização da pré-escola, com taxas superiores a 95%.
Ensino médio em Santana da Boa Vista
Se o acesso ao ensino fundamental (6 a 14 anos) está próximo da universalização, com taxas acima de 98% em quase todo o RS, o mesmo não acontece no ensino médio. Santana da Boa Vista teve a 3ª menor taxa de frequência escolar entre adolescentes de 15 a 17 anos, com apenas 60,75%.
Com exceção de Arroio do Padre — que também têm baixa adesão escolar de jovens de 15 a 17 anos, sendo inferior a 65% —, o restante das cidades do Corede mantém taxas entre 75% e 95%.
Desigualdade em níveis de instrução
Apesar de Pelotas se destacar como o 4º município gaúcho com maior percentual de adultos com ensino superior completo (24,3%), a situação da maioria das cidades do Corede Sul é inversa. A região figura entre as que têm menores percentuais de população com graduação; os municípios variam entre 2,9% e 8%.
Jovens estudam menos na região
Outro dado que reforça o quadro desfavorável é a média de anos de estudo entre jovens de 18 a 24 anos. Em 2022, São José do Norte teve uma média de apenas 9,7 anos, a 9ª menor do Estado. Na região, Santana da Boa Vista também apresentou uma média menor a 10 anos de estudo.