O ex-governador do Rio Grande do Sul e atual diretor-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Ranolfo Vieira Júnior, foi o palestrante da reunião-almoço Tá na Hora da Associação Comercial de Pelotas (ACP) nesta quinta-feira (12). Com o tema “Parcerias para o futuro: o impacto do BRDE na Região Sul”, ele detalhou a atuação do banco, ressaltando seu papel estratégico no desenvolvimento econômico.
Missão regional
Criado em 1961 pelos então governadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o BRDE nasceu da percepção de que o governo federal não olhava com a devida atenção para o extremo sul do país. “A necessidade de uma instituição pública voltada ao desenvolvimento econômico e social permanece tão atual quanto era há 64 anos”, frisou, mencionando a ausência de um fundo constitucional para o Sul, como ocorre nas regiões Norte e Nordeste, que contam com subsídios federais para equalização de juros.
Números
Com agências nas três capitais da região Sul, o BRDE está presente em Pelotas, com um escritório regional no quinto andar do prédio da ACP, reforçando sua participação em 96% das cidades, com 42 mil clientes ativos e 518 colaboradores. Em 2024, o banco registrou R$ 5,976 bilhões em contratações, alcançou um patrimônio de R$ 4,7 bilhões — com expectativa de chegar a R$ 5 bilhões até o fim de junho — e obteve resultado líquido de R$ 472 milhões. “Somos um banco público, que não visa lucro. Esse resultado é reinvestido na própria economia da região”, explicou.
Fontes de financiamento
O diretor-presidente destacou a mudança no perfil de captação do banco, que até 2016 dependia quase exclusivamente do BNDES. Hoje, conta com fontes internacionais, como a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), com quem o BRDE firmou quatro contratos desde 2018, sendo o mais recente, de 120 milhões de euros – R$ 770 milhões na cotação de hoje. Outras fontes incluem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Europeu de Investimento (BEI) e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), dos Brics.
Setores prioritários
O agronegócio, principal vocação da região, representa aproximadamente 50% da carteira de crédito do BRDE. Outros setores estratégicos são inovação, infraestrutura, saneamento, energia, turismo e cidades inteligentes, sobretudo voltado ao meio ambiente. “Em 2024, 82% das nossas contratações foram voltadas a projetos com impacto direto na sustentabilidade”, afirmou.
Aproximação regional
O ex-governador ainda incentivou os empresários locais a se aproximarem do banco. “Nossa equipe está aqui, dois andares abaixo deste salão. Estamos à disposição para atender cada empreendedor com soluções sob medida”. Por fim, foram explicados brevemente os diversos programas do banco.