Há 73 anos, a Associação Escola Louis Braille presta acolhimento educacional e atendimentos de saúde gratuitos para deficientes visuais em Pelotas e para outros 27 municípios da região Sul. Para celebrar a data, uma animada confraternização com diversas atrações foi realizada na quarta-feira, promovendo a integração entre os atendidos e seus familiares.
“Todos os anos comemoramos com os nossos alunos e reabilitandos do CRV, porque eles gostam de festa. E comemoramos com eles que são o nosso motivo de ser do Braille”, diz o presidente da associação, Dilmar Rodrigues. O Braille foi fundado em 1952 pela professora e deficiente visual, Lory Huber.
Hoje a entidade é referência no atendimento em educação e saúde para toda a Zona Sul. Desde 2012, quando o Centro de Reabilitação Visual (CRV) do Braille foi reconhecido pelo Ministério da Saúde, mais de 2,6 mil pessoas já foram atendidas. Mensalmente cerca de 60 novos acolhimentos são realizados a partir do encaminhamento de Unidades Básicas de Saúde (UBS).
O CRV da Associação é o terceiro maior do Rio Grande do Sul, a associação conta com oftalmologistas e um corpo clínico com outras diversas especialidades de saúde. Além disso, atualmente, 112 alunos frequentam a escola Louis Braille. “A festa também é para eles, a gente agradece muito os nossos colaboradores, os reabilitadores, o corpo clínico”, diz Rodrigues.
“A gente aprende a viver de novo”
Com degeneração gradual da visão, Evelise dos Santos, 66 anos, foi encaminhada para uma consulta no Braille há cinco anos, desde então ela não saiu mais da associação. “Eu estou perdendo a visão aos poucos, eu tenho glaucoma, degeneramento do nervo óptico e catarata. O Braille é a nossa força, é como renascer. A gente aprende a viver de novo”, diz.
Evelise aproveita os 10% de visão que ainda possui para se dedicar a auxiliar os colegas do Braille. “O meu maior prazer é ajudar os outros. Com esse pouquinho eu consigo auxiliar um amigo a ir ao banheiro, descer uma escada e outras coisas. A gente vai um ajudando um aos outros”.