Pelotas é a 4ª cidade do RS com mais denúncias de crimes contra idosos

junho violeta

Pelotas é a 4ª cidade do RS com mais denúncias de crimes contra idosos

Até maio, foram 984 violações registradas contra pessoas idosas no município

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Pelotas é a 4ª cidade do RS com mais denúncias de crimes contra idosos
Denúncias devem ser feitas pelo Disque 100 da Polícia Civil. (Foto: Tomaz Silva)

Junho é o mês de conscientização contra a violência e violação de direitos da pessoa idosa. Em Pelotas, diversas atividades estão programadas para a divulgação da causa e promoção de bem-estar dessa parcela da população. Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, somente nos primeiros meses de 2025, 984 violações foram registradas contra idosos em Pelotas, sendo a quarta cidade do estado em denúncias deste tipo de crime, atrás de Porto Alegre, Canoas e Gravataí.

Durante o chamado “junho violeta”, o Centro de Extensão em Atenção à Terceira Idade (Cetres) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) promoverá ações direcionadas aos cerca de 250 idosos participantes, com foco na conscientização e prevenção da violência contra este público. O tema também será discutido na Universidade Aberta à Maturidade (Uami), projeto adjunto do Centro de Extensão. De acordo com a assistente social do Cetres, Márcia, o trabalho realizado com as pessoas idosas, diariamente, está focado na promoção da saúde e contribui para vínculos de convivência e bem-estar. Sobre a importância das ações no junho violeta, a assistente social reforça que o trabalho de identificação de situações de violência é rotineiro no Cetres. “Através das oficinas semanais, acompanhamos as pessoas idosas nas mais diversas questões sociais, identificando violações de direitos e trabalhando com a prevenção, orientando nos serviços de acolhimento e atendimento”, diz.

Pelotas é destaque em denúncias

Uma das principais formas de combater a ocorrência de violações contra a vida e direitos de idosos é a denúncia. Segundo a Delegada Márcia Chiviacowsky, responsável pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), os crimes mais comuns contra este público registrados em Pelotas são maus-tratos, apropriação indébita de bens e abandono. Ela também cita os crimes de fraude pela internet e estelionato, que têm sido recorrentes nos últimos anos.

Conforme o Ministério dos Direitos Humanos, de janeiro a maio deste ano, Pelotas foi a quarta cidade em denúncias de crimes contra pessoas idosas registradas, com 182. Estas continham, no total, 984 violações de integridade de idosos, sendo 13 de liberdade.

No Rio Grande do Sul, apenas neste ano, já são 27.662 violações contra pessoas idosas, que constam em 4.726 denúncias registradas pelo Ministério dos Direitos Humanos.

Filhos são os principais agressores

Os registros de violências contra pessoas idosas têm crescido no Brasil. Conforme o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, a maioria das vítimas é do sexo feminino, os filhos e filhas são os principais agressores e o local da agressão mais comum é a residência da própria vítima. Em relação à questão racial, quase metade das pessoas agredidas são pretas e pardas.

Denúncias

A Polícia Civil de Pelotas reforça que realiza um trabalho de conscientização com esta parcela da população, como orientações para a ocorrência de diversos tipos crimes que possam vir a ser cometidos contra as pessoas idosas, a não entregarem cartões e senhas bancárias para ninguém e para que denunciem ou procurem a delegacia mais próxima em caso de suspeita de qualquer possível crime.

As denúncias podem ser realizadas, de forma anônima, através do Disque 100, ou diretamente em uma Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), para que seja feito um boletim de ocorrência.

Principais tipos de violência contra idosos

  • negligência: quando os responsáveis pela pessoa idosa deixam de oferecer cuidados básicos, como higiene, saúde, medicamentos, alimentação, água, proteção contra frio ou calor
  • abandono: quando há ausência ou omissão dos familiares ou responsáveis governamentais ou institucionais, sem prestação de socorro a pessoa idosa que precisa de proteção
  • física: quando é empregada força para maltratar e ferir, provocando dor, incapacidade e até morte
  • psicológica: ofensas, xingamentos, torturas, sustos, constrangimento, destruição de propriedade, cerceamento do direito de ir e vir ou do acesso a amigos e familiares
  • financeira ou material: exploração imprópria ou ilegal ou o uso não consentido dos recursos financeiros e patrimoniais da pessoa idosa

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