A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) realizou um levantamento sobre os recursos necessários para mitigar a crise na saúde enfrentada pelos hospitais em todo o Estado. Para 27 cidades na região Sul, o valor seria de mais de R$ 56,3 milhões. Somando todas as sete regiões, o montante para socorrer o setor chega a R$ 771,6 milhões.
Conforme a Famurs, as enchentes de maio de 2024 e o aumento expressivo de 62% de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) registrado no último mês contribuíram para o agravamento da crise financeira dos hospitais e da saúde em geral, especialmente nas regiões Metropolitana, dos Vales e Sul.
Diante disso, a presidente da entidade, a prefeita de Nonoai, Adriane Perin (PP), apresentou o diagnóstico ao chefe da Casa Civil, Artur Lemos, com o pedido de liberação de recursos do governo do Estado para socorrer o setor. “Apresentamos a preocupação dos municípios com as filas para cirurgias e atendimentos de média e alta complexidade”.
Segundo Adriane, a demanda por reposição financeira também será apresentada ao governo federal. “A gestão do SUS é tripartite. Precisamos de uma resposta à altura da gravidade da crise que estamos enfrentando”, ressalta. De acordo com informações da Famurs, o governo estadual deverá apresentar uma contraproposta ao pedido em até duas semanas.
Elevação das despesas com casos de gripe
Criada recentemente, a Associação dos Hospitais da Metade Sul também realiza um levantamento contábil dos prejuízos de parte das instituições da região. Embora ainda não tenha os números, o presidente da organização concorda com o movimento da Famurs e ressalta que todo o valor repassado para auxiliar a saúde da região importa. “Qualquer circunstância que acarrete aumento de internação hospitalar aumenta os prejuízos. Tudo que vier de recurso para ajudar é bem-vindo”, diz Armando Manduca da Rocha, que também é diretor da Beneficência Portuguesa de Pelotas.
Sobre o crescimento dos casos de síndrome respiratória em Pelotas, motivo do município ter decretado situação de emergência em saúde, Manduca fala sobre a realidade vivenciada no hospital que administra. Na Beneficência Portuguesa, os 90 leitos de retaguarda para o recebimento de pacientes do Pronto Socorro (PS) têm estado constantemente lotados. “Aumentou muito o número de casos, até nos leitos particulares”.
A proposta da Famurs sugere que a distribuição dos recursos considere a população total das regiões e o nível de comprometimento dos municípios:
- Centro-Oeste (44 municípios) – R$ 52,46 milhões
- Metropolitana (90 municípios) – R$ 282,17 milhões
- Missioneira (78 municípios) – R$ 50,01 milhões
- Norte (147 municípios) – R$ 56,77 milhões
- Serra (49 municípios) – R$ 59,51 milhões
- Sul (27 municípios) – R$ 56,31 milhões
- Vales (62 municípios) – R$ 214,42 milhões.