A cada rodada de dados que o IBGE divulga sobre o Censo 2022, mais aprofundada fica a radiografia da população brasileira. São informações que permitem compreender quem somos, como e onde vivemos. As últimas informações, divulgadas na sexta-feira e detalhadas nesta matéria, mostram no que cremos. Enquanto o número de católicos é o menor da história (56,7%), o número de evangélicos chegou ao maior patamar: 26,9%. Ou seja, um em cada quatro brasileiros é evangélico.
Os números de Pelotas, porém, mostram uma realidade bastante diferente da média do Rio Grande do Sul e do Brasil. Por aqui, somos apenas 33,62% de católicos e, embora o número de evangélicos tenha crescido e chegado a 22,73% da população, 23,78% da população de Pelotas não tem religião. Ou seja, um em cada quatro pelotenses é ateu, agnóstico, ou tem alguma crença, mas não faz parte de uma religião organizada.
Outro número revelador é o das religiões afrobrasileiras, que agregam 7% da população. É um patamar pequeno, mas que já é o dobro do Censo de 2010. Reflexo de um processo de retomada histórica da ancestralidade negra que formou Pelotas e do crescimento do orgulho de quem segue essas religiões. Felizmente, chegamos a um momento em que o preconceito religioso, além de ser um crime, é constrangedor.
Os dados do Censo mostram que Pelotas é uma cidade cosmopolita e plural. Essas informações nos dão a oportunidade de nos olharmos no espelho e reconhecermos com orgulho que somos diferentes. A diferença que temos entre nós e com o resto do país não é uma desvantagem, pelo contrário: a nossa pluralidade precisa ser assumida como uma riqueza e a nossa identidade.