Já considerada como uma das 50 cidades mais violentas do Brasil, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2022, Rio Grande teve um mês de redução significativa da violência letal. Em maio de 2025 nenhum Crime Violento Letal Intencional (CVLI), indicador que inclui homicídios, foi registrado na cidade, sendo a primeira vez desde outubro de 2021. As forças de segurança da cidade avaliam que o marco representa um importante avanço e demonstra que os esforços conjuntos produzem efeitos concretos para a melhora do cenário.
Conforme dados fornecidos pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), departamento criado diante da demanda oriunda da guerra de facções em Rio Grande, a cidade registrou de janeiro a abril deste ano 13 CVLI’s, sendo o menor índice para o período desde 2016 e representando uma redução de 31% nos casos, na comparação com o mesmo período do ano passado.
O titular da DHPP, delegado Lucas Lima, destaca o trabalho integrado entre a Polícia Civil (PC) e a Brigada Militar (BM). Segundo ele, a presença da BM nos bairros, além do sentimento de segurança para a comunidade, permite a coleta de informações que, repassadas para a PC, alimentam investigações estratégicas e ajudam a identificar autores, rotas do tráfico e disputas territoriais. “A partir dessa troca, planejamos ações conjuntas mais eficazes. Essa integração entre investigação qualificada e atuação ostensiva tem sido decisiva para a queda nos índices de homicídios na cidade”.
Redução nos crimes é constante
Rio Grande vem reduzindo os índices criminais em quase todos os indicadores, desde a onda de violência enfrentada em 2022, quando mais de cem mortes violentas foram registradas.
O comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar (6º BPM), Major Augusto Ferreira Porto, afirma que a cidade tem um grande problema social e sofre com a influência do tráfico de entorpecentes e delitos que surgem a partir deste. Contudo, o constante contato e integração entre as forças de segurança são fatores que auxiliam a minimizar o problema da segurança pública rio-grandina que, na análise do comandante, é complexa e envolve vários fatores. “As instituições de segurança seguem atentas a tudo o que acontece para que o controle que vem mantendo os índices em declínio não seja perdido”, garante.
Integração com poder público
O titular da Secretaria de Mobilidade, Acessibilidade e Segurança (SMMAS), Carlos Alberto Brusch, afirma que os números relacionados à criminalidade caem mês a mês, principalmente em função do trabalho de todas as instituições, incluindo a prefeitura. “Nós temos feito operações integradas com o 6º BPM aos finais de semana e atuamos com a Guarda Municipal em rondas ostensivas, acompanhando os resultados”, diz.
Uma das autoridades que integrou a criação de uma força-tarefa de combate aos homicídios em 2022 e 2023, a delegada responsável pela 7ª Delegacia Regional, Ligia Furlanetto, fala em conquista conjunta, ao destacar os esforços desempenhados por todas as delegacias. “Mais do que uma estatística, trata-se de um sinal positivo de que o caminho da integração, planejamento e comprometimento com a segurança da população está trazendo frutos reais para Rio Grande”, destaca.