Os protestos nas rodovias gaúchas, organizadas por produtores rurais em defesa da securitização das dívidas do agro, completaram 20 dias. Sem respostas dos governos estadual e federal até o momento, as interrupções de trânsito devem continuar ocorrendo em todo o Estado.
Na quarta-feira os manifestantes bloquearam cinco trechos de estradas federais. Entre eles, o quilômetro 161 da BR-293 entre os municípios de Bagé e Hulha Negra, teve interrupção total das 6h às 11h30 com liberação apenas para veículos de emergência, saúde e escolares. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou cerca de oito quilômetros de engarrafamento, até a liberação total da via no começo da tarde.
Os produtores rurais também bloquearam parcialmente trechos da BR-290 em Rosário do Sul e BR-285 em São Miguel das Missões. Na região Sul, as manifestações concentraram-se no quilômetro 468 da BR-116 em São Lourenço do Sul e no quilômetro 125 da BR-392 em Canguçu, em sistema de pare e siga.
Mobilização em Pelotas
Está marcada para a próxima segunda-feira, 9, a partir das 8h, o encontro de produtores de toda a Zona Sul e entorno próximo da ponte sobre o rio São Gonçalo, em Pelotas. A ideia é ampliar a pressão pela securitização das dívidas. “Foi uma promessa feita no ano passado na Expointer e até agora nada. Iremos pagar com juros, ninguém está pedindo nada de graça”, afirma uma das lideranças do movimento na região.
Segundo a organização, está confirmada a presença de produtores de Barra do Ribeiro, Camaquã, Canguçu, Herval, Hulha Negra, Pinheiro Machado, Pedro Osório, Sentinela, Tapes e outras cidades que irão integrar a manifestação pacífica.
A securitização é um instrumento que permite ao produtor rural renegociar suas dívidas com descontos, prazos acessíveis e segurança jurídica. Para a categoria, é uma chance de reestruturar o passivo acumulado por anos, causado principalmente por fatores climáticos extremos, como estiagens, ciclones e enchentes.
Protesto em Porto Alegre
A categoria considera que uma solução para os problemas do setor pode demorar a ser apresentada, tendo em vista a falta de diálogo entre as partes. Desta forma, acreditam que apenas a pressão dos produtores rurais poderá acelerar o processo.
A expectativa é por uma grande mobilização, no próximo dia 16 de junho, em Porto Alegre. Os trabalhadores planejam acampar e dispor suas máquinas agrícolas, em frente ao Palácio Piratini, sede do governo estadual.