Pelotas, industrial

Editorial

Pelotas, industrial

Pelotas, industrial
(Foto: Leandro Lopes)

Todo pelotense já ouviu e falou que a cidade “não tem indústrias”. Há uma leitura de que, com o recuo da indústria de conservas nas últimas décadas, o setor deixou de existir. É um fato que a cidade está longe de ser industrializada e que a representatividade de apenas 9,9% no PIB do município é muito aquém do necessário para a economia voar. No entanto, é preciso entender que o setor passou por adaptações, está se aprimorando e acima de tudo precisa de incentivos.

O saudosismo do cenário da indústria de conservas do século passado provavelmente vai ficar na memória apenas. Diante das mudanças até no agronegócio, é irreal ver aquele contexto voltando, embora haja uma parcela de mercado, principalmente no pêssego, que Pelotas deveria abraçar com força, já que é o líder nacional na produção. Porém, é preciso entender que a nossa indústria passa por adaptação e hoje tem outros fatores como os norteadores.

Há 78 anos o Centro das Indústrias de Pelotas (Cipel) era fundado em um contexto, principalmente de beneficiamento de alimentos para conservas. Hoje, embora o arroz ainda seja uma das grandes forças da nossa economia, há uma clara adaptação. Empresas voltadas à tecnologia e à saúde são onde a cidade precisa apostar sua ficha para a criação de empregos e captação de renda. Só nas últimas semanas, por exemplo, o #PelotasMerece trouxe a história de líderes globais que são indústrias pelotenses, casos da Companytec e da Freedom. Há ainda outras indústrias enormes, como a Lifemed, Josapar, Biscoitos Zezé e diversas outras.

O fato é que são precisos dois grandes fatores: o primeiro é a autopercepção. Se há um caminho para uma “nova industrialização”, ele deve ser lido e compreendido. Olhar para o futuro, não para o passado. Nossa capacidade criativa e científica é o nosso grande trunfo hoje. E, por outro, é fundamental o investimento público para a atração de companhias que queiram se instalar na cidade, bem como fomentar o crescimento das que já estão aqui. Para isso, prefeitura, Câmara de Vereadores, deputados e outras lideranças têm obrigação de dialogar e moldar esse cenário.

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