Mais de 15 mil toneladas de lixo deixaram de ser recicladas em Pelotas

Dia Mundial do Meio Ambiente

Mais de 15 mil toneladas de lixo deixaram de ser recicladas em Pelotas

Dados demonstram que a população local carece de conscientização sobre a importância do descarte adequado de resíduos

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Mais de 15 mil toneladas de lixo deixaram de ser recicladas em Pelotas
Somente 3,8 mil toneladas foram recicladas no ano passado. (Foto: Jô Folha)

Celebrado neste dia 5 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano é dedicado pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) ao combate à poluição por plástico. Ampliar a reciclagem e a circularidade do material é a principal meta da instituição. Em Pelotas, porém, a falta de conscientização é um obstáculo para alcançar esse objetivo. No ano passado, mais 15 mil toneladas de lixo reciclável deixaram de ser reaproveitados devido ao descarte inadequado.

São toneladas de materiais que poderiam ter sido reaproveitados, gerado renda a centenas de famílias empregadas em cooperativas de reciclagem e diminuído os gastos de verba pública com o transbordo de lixo para o aterro sanitário de Candiota. Conforme dados do Sanep, das 77,7 mil toneladas de resíduos coletados em 2024, 19 mil toneladas eram passíveis de reciclagem. No entanto, somente 3,8 mil toneladas foram recicladas.

Apesar da coleta seletiva estar disponível em toda a cidade desde 2022, os moradores ainda não fazem a separação dos resíduos, e descartam os recicláveis junto ao lixo orgânico. Quando separados corretamente, os materiais são recolhidos pela coleta seletiva e destinados a nove cooperativas de reciclagem conveniadas ao Sanep.

Descarte inadequado na coleta seletiva

Na União Cooperativa dos Catadores de Resíduos Sólidos (Unicoop), localizada no Fragata, são reciclados em média 20 toneladas de lixo mensalmente. Porém, conforme a coordenador da Unicoop, esse montante poderia ser no mínimo o dobro. “Nada vai fora, as pessoas acham que o caminhão pega e aquele lixo some, mas ele vai para algum lugar e vai poluir o mundo que os filhos e os netos delas vão viver. Aqui a gente tira a nossa renda e ajuda o meio ambiente”, diz Suelen Oliveira.

Além do número de materiais destinado às cooperativas ser muito inferior à produção de lixo reciclável em Pelotas, grande parte dos resíduos descartados na coleta seletiva estão na maioria das vezes contaminados. “Vem seringa, coco de cachorro em jornal, papel higiênico, comida, fralda e até bichos mortos”. Todo o lixo infectado tem que ser novamente coletado na cooperativa e destinado ao aterro sanitário.

Economia e preservação

Na Unicoop, são 12 pessoas empregadas na separação de resíduos. Todo o lixo da coleta seletiva que chega ao local é diariamente triado e enviado a fábricas de reciclagem na serra gaúcha para se tornarem novos materiais. Segundo o Sanep, o vínculo com as cooperativas evitou, no último ano, um custo de destino final, incluindo transbordo, transporte e aterro, de aproximadamente R$ 725 mil aos cofres públicos.

Descarte em canais e vias

A falta de separação adequada do lixo doméstico é somada ao descarte de entulhos em canais e nas ruas. Segundo o Sanep, são removidos anualmente aproximadamente 10 mil metros cúbicos de materiais dos canais de drenagem. O custo de limpeza e de manutenção das bombas exclusivamente devido aos resíduos é de mais de R$ 1,4 milhão por ano.

Cada carga recolhida das ruas tem um custo de R$ 463,00 e a média mensal é de mais R$ 481,9 mil mensais, apenas com recolhimento de entulhos. Resíduos como madeiras, restos de construção civil, eletrodomésticos, móveis, entre outros, devem ser descartados em um dos cinco ecopontos espalhados pela cidade.

O que vai para a coleta seletiva?

Papel, plástico, metal, vidro e isopor, como garrafas de refrigerante, embalagens de alimentos, sacolas e copos plásticos, caixas de papelão, latas de bebidas, jornais, fios de metal, pregos, parafusos e folhetos (amassados e rasgados também podem).

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