Viralatismo

Editorial

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Levantamento indicou que a qualidade de vida em Pelotas é superior a de 12 capitais. (Foto: Jô Folha)

“Isso aqui é um buraco”. “Não tem emprego”. “Vai alagar. “Vai ficar vazio”. Esses comentários são apenas quatro retirados de publicações do Instagram do A Hora do Sul indo exatamente contra os assuntos que eram publicados. O primeiro, em uma reportagem sobre a qualidade de vida da cidade ser superior a 12 capitais. O segundo, em um mutirão de vagas de emprego que ofereceu 400 empregos. O terceiro e o quarto, prospectando algo negativo sobre um novo shopping na cidade. Ou seja, mesmo diante de informações positivas, com base científica ou factual, ainda há quem tenha por hábito ou por impulso destilar coisas negativas sobre a própria cidade. O que explica, além do viralatismo?

A expressão Síndrome do Vira Lata foi cunhada pelo jornalista Nelson Rodrigues para se referir ao eterno complexo de inferioridade do brasileiro. No entanto, hoje encaixa também nos pelotenses. Há quem use viseiras que os impedem de ver o desenvolvimento e as coisas positivas. Quem olhe para um Parque Una, por exemplo, e enxergue coisas negativas. Quem veja um shopping sendo construído e diga que não vai dar certo. Contrapondo essa visão, o A Hora do Sul lançou a ideia do #PelotasMerece, abraçado por UCPel e CDL. Ainda assim, o caminho é longo.

A imagem de uma cidade é feita por seus cidadãos. Ao depreciar nosso município mesmo diante de um fato comprovando exatamente o oposto do que a mentalidade negativa espera, o absurdo grita. É nadar contra a maré. E embora haja muitos e muitos fatores que precisam mudar, principalmente em termos de gestão da cidade, é visível que há uma outra frente que atua pelo desenvolvimento. Semanalmente o #PelotasMerece traz histórias de empresas líderes globais, de indivíduos de destaque nacional e internacional, tudo saído daqui. Por qual motivo, então, querer acreditar contra nisso?

O viralatismo é uma das travas do desenvolvimento. Tanto quanto um governo que não faz nada ou quanto uma empresa que não evolui, o cidadão também tem sua responsabilidade. Tolstói disse que “há quem passe por uma floresta e só veja lenha para sua fogueira”. E há quem passe por uma cidade histórica, cheia de possibilidades e oportunidades e só veja ruína. O problema não está na cidade, mas sim no indivíduo.

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