O Brasil segurava os ataques do Joinville, mas a pressão dos catarinenses surtiu efeito aos 40 minutos do segundo tempo e o Xavante perdeu o quinto jogo na Série D do Brasileirão. Na Arena Joinville, o Rubro-Negro acabou superado por 1 a 0 neste domingo (1º), pela sétima rodada, encerrando o primeiro turno. O time de Emerson Cris permanece com quatro pontos, a sete da zona de classificação, e afundado na lanterna do grupo A8.
O próximo compromisso do Brasil será diante do mesmo adversário, pois a tabela da competição é espelhada. A equipe recebe o Joinville às 16h de domingo, no Bento Freitas.
Série D
Grupo A8
7ª rodada
Sábado (31)
São José 1 x 0 Azuriz
Domingo (1º)
Joinville 1 x 0 Brasil
Guarany 0 x 2 Barra
Segunda-feira (2)
20h | Marcílio Dias x São Luiz
Rodada termina na segunda-feira com jogo entre Marcílio e São Luiz
Primeiro tempo sem gols
O início de jogo foi de pressão do Joinville. Os mandantes buscavam, diante de mais de nove mil torcedores – entre eles rubro-negros que marcaram presença no setor visitante -, manter o aproveitamento de 100% em casa. A primeira finalização saiu dos pés de Keké. Após girar sobre Felipe Camargo, bateu para fora. Aos seis minutos, Juliano cruzou rasteiro para Taddei. Livre na marca do pênalti, o camisa 10 do JEC pegou mal na bola e isolou.
Apesar dos desfalques, o Brasil reagiu. Com Murillo Lima na ponta direita e Yuri titular na lateral pelo mesmo lado, o time de Emerson Cris controlou o adversário a partir daí, marcando com linhas baixas. Não voltou a sofrer até o intervalo e ainda conseguiu ameaçar. Aos oito, o próprio Murillo cobrou falta na direção do gol e Bruno Pianissolla tirou de soco.
Pela esquerda, Alexiel era a principal válvula de escape do Xavante. Mesmo assim, do flanco oposto o Rubro-Negro também atacou. Aos 28 minutos, Murillo acionou Alison Mira. Vestindo a camisa 13, o centroavante teve a chance de fazer gol em sua ex-equipe, porém o chute acertou o lado externo da rede.
Além do placar zerado, o primeiro tempo ficou marcado pelo choque de cabeça entre Matheus Nunes e Danilo Belão. Pior para o lateral do Joinville: sangrando, ele foi encaminhado ao hospital. Pelo protocolo de concussão, a entrada de Ryan em seu lugar aos 26 minutos não gastou uma das substituições do técnico Hemerson Maria. Belão passa bem.
Trave e Gabriel salvam Xavante em pressão do JEC
No intervalo, o treinador do JEC, ex-Brasil, optou por tirar o zagueiro Vitão, com cartão amarelo por falta em Alexiel. Entrou Carlos Alexandre. Já Emerson Cris não mexeu no Xavante. O comandante xavante sacou David Weslley da equipe titular e, portanto, o Rubro-Negro marcava em um 4-1-4-1, fortalecendo a marcação por dentro em um tripé com Matheus Obina, Giovani Alvisi e Kauê Muniz.
E se na etapa inicial o Brasil fazia um jogo de pouco susto, o segundo tempo já começou muito diferente. Aos cinco minutos, Keké se antecipou após escanteio e cabeceou na trave. Gabriel Oliveira deu sorte no rebote – a bola veio até suas mãos. O goleiro xavante apareceu outra vez aos sete minutos, espalmando chute forte de Taddei.
A pressão do JEC cresceu na sequência. De cabeça, aos dez, Léo Rigo obrigou Gabriel a espalmar no alto. O camisa 1 precisou trabalhar novamente no minuto seguinte, defendendo cabeceio de Carlos Alexandre em outro escanteio – problema defensivo constante do Xavante na Série D. Em seguida, aos 14, Vitor Becker se esticou para bloquear finalização promissora de Juliano.
Contra as cordas, Emerson Cris resolveu sacar Matheus Nunes, com cartão amarelo, para o ingresso de Iago Motta. Assim, Felipe Camargo passou à lateral-esquerda. O Joinville mantinha sua pressão. Aos 24, Taddei tentou de novo. Arriscou de fora, a bola desviou na zaga e quase entrou no ângulo. Foi quando João Libânia substituiu Kauê Muniz no Brasil.
Júlio César marcou após assistência de Juliano (Foto: Luiz Vieira – JEC)
Gol na reta final
O ritmo da pressão dos catarinenses diminuiu, porém todas as finalizações eram tricolores. Gabriel salvou o Xavante em mais uma situação aos 29 minutos, quando Juliano bateu forte, parando em intervenção do camisa 1 rubro-negro. Dois minutos depois, Marcos Brazion recebeu lançamento longo, ajeitou e chutou cruzado para finalmente vencer o goleiro do Brasil. Entretanto, o camisa 9 dominou com o braço e o gol foi anulado.
Em seguida, Murillo Lima saiu com a mão na coxa, indicando um possível novo problema de lesão para Emerson Cris. O treinador, aliás, fez outras duas mexidas. Além de Murillo, saiu Alexiel. Entraram Mayco Félix e Digão, este último anunciado na noite de sábado como reforço. Digão tem 24 anos, é pelotense, passou pela base do Rubro-Negro em 2021 e na temporada passada atuou na quarta e divisões do futebol paulista.
Aos 40 minutos, a insistência do JEC acabou premiada com o gol decisivo. Juliano esperou a hora certa para dar o passe e colocou Júlio César na cara de Gabriel. De perna direita, o meia abriu o placar. O Brasil não teve poder ofensivo para sequer ameaçar Bruno Pianissolla depois de sair atrás e perdeu mais uma vez.
“A molecada se entregou de corpo e alma”, diz Cris
À TV Xavante, após o jogo, Emerson Cris citou novamente o difícil momento do clube e elogiou os atletas.
“A molecada se entregou de corpo e alma o jogo todo. Cada um foi no seu limite. São jogadores muito jovens, alguns não enfrentaram em suas carreiras um jogo desse tamanho, num estádio desse daqui. É isso que a gente carrega. A gente sabe da responsabilidade que tem, sabe da grandeza do Brasil, mas infelizmente essa é a nossa realidade”, disse o treinador.
Ficha técnica
Joinville (1): Bruno Pianissolla; Danilo Belão (Ryan, 26’ 1T), Vitão (Carlos Alexandre, intervalo), Guti e Léo Rigo; Yalle, João Mafra (Júlio César, 36’ 2T) e Alisson Taddei; Juliano (Erick Crispim, 45’ 2T), Keké (Caion, 17’ 2T) e Marcos Brazion (Douglas, 36’ 2T). Técnico: Hemerson Maria.
Brasil (0): Gabriel Oliveira; Yuri, Vitor Becker, Felipe Camargo e Matheus Nunes (Iago Motta, 17’ 2T); Matheus Obina, Giovani Alvisi, Murillo Lima (Digão, 35’ 2T), Kauê Muniz (João Libânia, 25’ 2T) e Alexiel (Mayco Félix, 35’ 2T); Alison Mira. Técnico: Emerson Cris.
Gol: Júlio César, aos 40’ 2T.
Cartões amarelos: Vitão, João Mafra e Alisson Taddei (J); Alexiel, Matheus Nunes e João Libânia (B).
Árbitro: Fabiano Monteiro dos Santos (SP).
Local: Arena Joinville.
Público oficial: 9.785 pessoas.
Renda oficial: R$ 212.180,00.
