Região Sul é referência no estudo das Plantas Alimentícias Não Convencionais

Alimentação saudável

Região Sul é referência no estudo das Plantas Alimentícias Não Convencionais

Projeto da Furg/SLS busca a popularização das chamadas Pancs

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Região Sul é referência no estudo das Plantas Alimentícias Não Convencionais
Mais de 10 mil tipos de plantas podem ser alimentos no Brasil. (Foto: divulgação)

A região Sul do Estado firmou-se, nos últimos anos, como referência no campo da agroecologia e na utilização das Plantas Alimentícias Não Convencionais (Pancs), muito pela atuação de um grupo formado por membros do campus São Lourenço do Sul da Furg, agricultores familiares e instituições parceiras.

As experiências sintetizadas pelo projeto de extensão PancPop mostram que é possível produzir alimento de forma saudável, sustentável e resistente.

O PancPop é o projeto mais antigo do campus, com início em 2017 e oficializado em 2018, focado na metade sul com agricultores agroecológicos. A partir de demandas da própria comunidade, a atuação em outras regiões foi ampliada.

Atualmente, a equipe é composta por estudantes de bacharelado em Agroecologia e licenciatura em Educação do Campo, técnico em Gestão Ambiental e Letras da Furg, além de pós-graduandos em Sistemas de Produção Agrícola Familiar da UFPel.

A coordenadora do projeto, professora Jaqueline Durigon, destaca o trabalho com várias frentes de popularização das Plantas Alimentícias Não Convencionais, desde a sensibilização de quem desconhece, até o auxílio para o uso cotidiano e comercialização das espécies.

O que são as Pancs

São as plantas comestíveis, mas que não são utilizadas para este fim pelo desconhecimento das suas finalidades, ou porque faziam parte da alimentação no passado, mas foram substituídas por alimentos com maior interesse comercial ao longo dos anos, segundo os pesquisadores.

As Pancs podem ser desde sementes, frutas e até gramíneas e variam de região para região. No Brasil, existem aproximadamente 10 mil tipos de plantas deste tipo, mas não ingerimos nem 200 delas.

Segundo os pesquisadores, isso acontece, em grande parte, pelo desconhecimento dos potenciais gastronômicos das plantas.

Participação

De acordo com a coordenadora do PancPop, são cerca de 20 famílias de São Lourenço do Sul que participam do projeto junto com a equipe da universidade. Há parcerias também com produtores de Pelotas, Canguçu, Piratini, Morro Redondo, Cristal, Encruzilhada do Sul e Santa Cruz do Sul.

Os agricultores atuam em momentos formativos, em que são ministradas oficinas, além de participarem de interações semanais com os estudantes na feira livre de São Lourenço do Sul, em visitas às propriedades e reuniões regionais.

“A aproximação foi um processo longo de entendimento das demandas, da realidade e integração dessas pessoas. Com isso, se construiu um canal de comunicação contínuo e permanente, em que o projeto não é mais só da universidade, mas também dos agricultores”, diz Jaqueline.

Livro

Escrito por seis autoras de São Lourenço do Sul, o livro “Plantas Alimentícias Não Convencionais no Território Zona Sul: identificação de espécies e uso de estruturas vegetativas”, foi lançado neste ano em uma parceria do projeto de extensão PancPop com a Embrapa.

O livro aborda 20 espécies de plantas e articula vivências de agricultores com olhares técnicos e pedagógicos.

A obra conta a história das Pancs na zona sul e a influência do movimento agroecológico. Aborda espécies que foram se destacando entre os agricultores e consumidores por terem potencial para o extrativismo sustentável e cultivo, com o objetivo de diversificar a produção dos alimentos na região sul.

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