Receitas para o atraso

Editorial

Receitas para o atraso

Receitas para o atraso
(Foto: Divulgação)

A página 14 desta edição traz uma daquelas histórias absurdas que podem ser transformadas em quase uma receita de bolo para o atraso que muitas vezes atinge nossa região e é difícil de compreender. Os ingredientes são sempre os mesmos: uma pitada de má vontade, duas xícaras de burocracia e mistura tudo com argumentos pouquíssimos sólidos. Bota tudo na bacia, mexe bem e sai um empreendedor frustrado, perdendo o desejo de investir e o desperdício de uma oportunidade de gerar recursos, emprego e renda vai para o lixo.

A questão do aviário em Santa Vitória do Palmar é mais um caso de insucesso gerado pelos fatores citados acima. É óbvio que a questão sanitária deve ser levada em consideração. É mais óbvio ainda que quando se empreende em um local sensível, de aves migratórias, é preciso reforçar a segurança do local. Mas, se tudo isso foi feito, se os próprios órgãos de pesquisa e ciência deram o aval, por qual motivo um investimento milionário não pode ir em frente? No fim das contas, o Estado igual está com casos de gripe aviária, em um local com tal aval.

São diversas as histórias de quem deixou de empreender pelo excesso de burocracia em alguns pontos. A região perde recursos constantemente por isso. É só lembrar, por exemplo, da termelétrica bilionária de Rio Grande, que seria o maior investimento da história da metade Sul, e mesmo assim não saiu por detalhes. Talvez ainda saia, mas já são anos perdidos. Em Pelotas, o Esqueletão da 15 recém agora vai ir em frente, depois de décadas sendo uma mancha na paisagem da cidade. Há não muito tempo o A Hora do Sul fez reportagem mostrando um empreendedor que resolveu ir para Santa Catarina por demora para obter as licenças por aqui.

Enquanto isso tudo vai acontecendo, o dinheiro vai para o ralo. Gente deixa de conseguir emprego. Os empresários, ou se frustram e desistem, ou vão embora. E, em meio a tudo isso, a Lei da Inovação segue engavetada. Zelo na hora de liberar um empreendimento é de extrema importância. Mas quando a segurança deixa de ser para o bem e se torna uma trava, é o momento de pensar em como estamos tratando quem quer investir por aqui.

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