Neste ano, a tradicional Olimpíada das Cores do Colégio Gonzaga será ainda mais especial: as atividades celebram os 130 anos da escola, o que tem deixado os estudantes ainda mais empenhados em realizar um evento histórico. O acendimento da pira olímpica e o desfile de abertura pelas principais ruas do centro de Pelotas marcaram a abertura oficial. Até julho, diversas atividades vão ocorrer.
Entre elas, a gincana dos alimentos e dos agasalhos — integrantes da prova da solidariedade — são responsáveis por despertar nos alunos a empatia, a cidadania, a responsabilidade social e o respeito ao próximo. Conforme a coordenadora pedagógica do colégio, Adriana Rosinha, também fazem parte da programação oficial a prova de conhecimento, os jogos esportivos e as apresentações de encerramento.
“O principal objetivo da Olimpíada é integrar os alunos, fazer com que eles se territorializem, sempre pensando no princípio da competitividade saudável, de superar os seus próprios limites”, avalia. Se antes o evento tinha foco esportivo, nos últimos anos a disputa se tornou mais democrática, com a inclusão de outras atividades como xadrez e gincanas solidárias, contemplando alunos que não se identificam tanto com a prática esportiva.
O evento, considerado o principal da escola, movimenta alunos de diferentes anos, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Para a aluna do segundo ano do Ensino Médio e integrante da comissão da cor cinza, Yasmin Kickhofel, uma das tarefas preferidas é a visitação às turmas para divulgar informações sobre a Olimpíada.
“Minha parte preferida nos jogos é ver o apoio das crianças. Passamos nas turmas para divulgar o nosso hino e, assim, acabamos criando uma conexão muito forte com elas, que acabam se tornando nossas amigas”, conta.
Manuela Scherer, também aluna do segundo ano e integrante da comissão da cor branca, explica que a rotina das comissões inclui passar nas salas de aula para ensaiar o hino e o grito de guerra. “Também participamos da arrecadação de alimentos e agasalhos e, dessa forma, vamos criando vínculo com os colegas.”
Tradição pelotense
Para o ex-aluno do Gonzaga, Guilherme Almeida, que retornou ao colégio a convite da comissão vermelha, a Olimpíada sempre foi um momento de organização conjunta e valorização do esporte. “Esse sentimento está intrinsecamente ligado à história do Colégio, inicialmente pela questão do esporte e da saúde”, relembra.
Pesquisador, Almeida atualmente trabalha em um livro para resgatar a história dos 130 anos do Gonzaga. Entre os temas já encontrados, destaca-se a publicação das fábulas de La Fontaine (consideradas obras-primas da literatura francesa), organizada por um padre que foi professor do educandário.
“Como pesquisador da história da cidade, percebi que o Gonzaga tem um significado cultural e histórico importante. Então, meu interesse vem daí: contar a história da escola, que também ajuda a contar a história de Pelotas, já que muitas pessoas importantes para a cidade tiveram relação com o educandário”, explica.
O ex-docente da escola, Eduardo Fernandes Nogueira, conhecido como Peninha, foi aluno e também atuou como professor de Química por 30 anos. Convidado para revisitar o colégio pela equipe da cor branca, Nogueira relembra que a realização da Olimpíada sempre foi importante por proporcionar integração entre os alunos. “A empolgação dos participantes nesse tipo de atividade sempre foi enorme”, conta.
Incentivo ao esporte
Para os ex-alunos Theo Sperb e Lavinia Costa, convidados pela cor cinza, a participação na Olimpíada sempre foi sinônimo de bons momentos, do despertar para a prática de atividades físicas e da descoberta de novas aptidões e responsabilidades. Segundo Sperb, os alunos aguardam com grande expectativa o momento de integrar a comissão organizadora do evento.
“Recebemos uma gama de novas atribuições, aprendemos sobre liderança e desenvolvemos atividades que até então não estávamos acostumados a ter na vida escolar”, relembra. Para ele, a participação na comissão organizadora da Olimpíada é uma das lembranças mais especiais do colégio.
Lavinia sempre gostou de participar da Olimpíada devido à integração com as demais turmas e cores da escola. “Sempre gostei de participar dos jogos e das ações, e sempre esperei muito pelo momento de poder, de fato, atuar na linha de frente na comissão organizadora”, diz.
A aluna Yasmin avalia que sua parte favorita na Olimpíada costuma ser a participação nos jogos. “Para o Ensino Médio, teremos disputas nas modalidades de basquete, vôlei, handebol e futsal. E, para os demais anos, atividades como caçadores de quadra, entre outras”, conta.
Após a disputa dos jogos em julho, ocorrerá a cerimônia de encerramento, o momento mais aguardado pela comunidade escolar. Nesta edição, a cerimônia será comemorativa aos 130 anos do educandário.
Conexão
Maria Clara Conceição, da cor branca, reforça que a união entre os estudantes e todo o trabalho em grupo são os valores mais valiosos gerados pela Olimpíada. “É um trabalho coletivo imenso. Nós nos juntamos para organizar o desfile, para dançar. Desenvolvemos uma relação com as pessoas de um jeito muito bom de sentir”, avalia.
Já a estudante Victoria Rodrigues, da cor vermelha, destaca que, além de contribuir para reforçar os laços de amizade e criar momentos de qualidade entre amigos, o evento desempenha um papel importante na contribuição social. “Já realizamos a gincana de agasalhos, agora estamos fazendo a de alimentos, e até o final do evento outras ações ainda vão ocorrer”, adianta.
Recém-chegada ao colégio, Emily Krause, da cor vermelha, conheceu a tradição da Olimpíada nos primeiros dias de aula. “Da primeira vez que ouvi falar, fiquei com vontade de participar, especialmente da comissão organizadora. É um trabalho muito legal de se fazer.”
Segundo a coordenadora pedagógica, as diversas etapas que envolvem o evento também são uma forma de o colégio se mostrar presente na comunidade — seja por meio das gincanas solidárias, dos jogos esportivos ou das cerimônias de abertura e encerramento. “O evento movimenta as crianças da Educação Infantil ao Ensino Médio, assim como pais, avós e outros integrantes da família gonzagueana.”