A troca de provocações, a gritaria e o bate-boca, típicos dos ambientes escolares, agora também fazem parte da rotina da Câmara de Vereadores de Pelotas.
Embora atritos sejam comuns no ambiente político, o clima de hostilidade no Legislativo já ultrapassou os limites do debate civilizado antes mesmo de a legislatura completar cinco meses.
Na sessão desta quarta-feira, os vereadores protagonizaram novas cenas constrangedoras. Primeiro, Cauê Fuhro Souto (PV) interrompeu a fala de Ronaldo Quadrado (PT), desencadeando uma discussão que fez com que a sessão fosse suspensa.
Em seguida, um bate-boca entre Ivan Duarte (PT) e Daniel Fonseca (PSD) ofuscou o primeiro conflito. Daniel acusou Ivan de ameaçá-lo e o petista respondeu que manteria sua postura. “Distorção tem limite, ô pastor”, disse Ivan.
O parlamentar do PSD, que é pastor evangélico, considerou a fala pejorativa. “Isso é intolerância religiosa, eu não vou tolerar ficar sofrendo essas coisas aqui”, afirmou. “O senhor está me menosprezando porque a minha fé é evangélica”, disse.
Essas posturas podem até repercutir bem no eleitorado e render bons cortes para as redes sociais, mas não é isso que a população espera dos vereadores, que são muito bem pagos.
E o pior: cenas de desrespeito não são uma exclusividade das câmaras de vereadores. Basta ver o que aconteceu com a ministra Marina Silva no Senado, vergonhosamente atacada por senadores.
Quando políticos agem assim entre si, quem é ofendido é a população, que merece o mínimo de maturidade cívica de seus representantes.
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