“Vou vivendo um poema de cada vez”

Abre aspas

“Vou vivendo um poema de cada vez”

Felipe Barbosa Pereira - Compositor

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Atualizado terça-feira,
27 de Maio de 2025 às 16:11

“Vou vivendo um poema de cada vez”
Barbosa é natural de Pelotas, com raízes em Pedro Osório. (Foto: Arquivo pessoal)

Felipe Barbosa Pereira, nascido em Pelotas e criado em Pedro Osório, teve seu primeiro contato com as tradições gaúchas através de seu pai. Inspirado pelos festivais Terra & Cor da Canção Nativa, descobriu sua paixão pela arte regional. Atuou no CTG Fogo de Chão e representou Pedro Osório no Enart em 2017 e 2019. Iniciou na poesia em 2016 e, desde então, já escreveu mais de 150 poemas, sendo mais de 50 musicados. Também conquistou o 1º lugar com a melhor poesia no Levante da Canção Gaúcha e o prêmio de música mais popular no retorno do Terra & Cor, em 2023.

Como foi ser premiado no festival que despertou sua paixão pela música gaúcha?

O fato do festival ter voltado a acontecer depois de tantos anos já havia me deixado muito feliz. Não acontecia uma edição grandiosa como a de 2023 desde 2006, ou seja, eu tinha apenas 11 anos. Quando anunciado entre as músicas classificadas, fui tomado pela emoção. Pisar naquele palco onde tantas referências minhas pisaram, participar do festival da minha cidade e a representando, foi indescritível. O prêmio de música mais popular do festival foi apenas um “bônus” perto de toda emoção e do sonho pessoal. É uma lembrança que vou levar para o resto da vida e o troféu, que hoje habita a minha estante, é uma memória concreta de dias muito bonitos e felizes que vivi naquele ginásio.

De que forma a influência do seu pai moldou sua visão sobre a arte regional?

Meu pai sempre foi um admirador da música gaúcha e passou isso aos três filhos. Desde novo, tenho lembranças dele tocando gaita na cozinha de casa enquanto esperava o carreteiro aprontar. Depois, se juntou a ele o meu irmão, também músico. Esse contato fez nascer em mim o gosto pela nossa música. Com o passar dos anos, fui aprendendo a escutar as músicas e ler os poemas de forma mais crítica, e assim fui entendendo de que forma as músicas retratavam o universo gaúcho. Um dia, despretensiosamente, resolvi escrever um poema, e fui descobrindo, aos poucos e com muitos conselhos de pessoas mais experientes, que eu poderia participar desse universo através das minhas ideias. Acredito que tudo na vida tem um caminho a percorrer e que foi percorrido, e o meu começou em Pedro Osório. Minha trajetória ainda é curta, mas não tenho pressa, e vou vivendo um poema de cada vez.

O que significa para você representar Pedro Osório nos festivais?

Depois da emoção da classificação no Terra & Cor da Canção Nativa de 2023, ao andar na cidade, algumas pessoas começaram a me cumprimentar. Eu ia nos lugares e as pessoas me paravam para perguntar sobre o festival. No próprio festival, antes mesmo da música ir ao palco, as pessoas me perguntavam como votar nela. Elas sequer sabiam direito quem eu era. Fui entendendo que isso ia além do sonho pessoal que estava realizando; havia essa sensação de pertencimento e representatividade. As pessoas se sentiam felizes por mim e pela cidade de ter representantes no festival. Aqui, aproveito para citar Henrique Campelo e Maicon Paiva, que junto a mim, foram os representantes locais no festival. Esse carinho da comunidade não tem preço, mas, para os artistas, tem muito valor, e ter a oportunidade de representar a comunidade sempre será motivo de orgulho e felicidade.

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