O lote 4 da BR-392, na chegada ao porto de Rio Grande é hoje o principal gargalo logístico do Estado do Rio Grande do Sul. Se o objetivo é ter no agronegócio, e consequentemente nas exportações, uma das valências da nossa economia, é inacreditável que o caminho para o principal terminal portuário contenha tantos contratempos. Além do pedágio com preço exorbitante e inaceitável, não tem como compreender o fato de que a chegada no porto de Rio Grande seja um complicador, e não um facilitador.
A obra já esteve próxima de acontecer, foi, voltou, tem plano, mas o fato é que hoje ainda não há uma definição sólida de o que será feito com o trecho. E isso beira o absurdo, se pensarmos no tanto de tempo – e consequentemente, dinheiro – que se perde com os engarrafamentos causados pelo pequeno trecho sem duplicação. Falta segurança, sobra lentidão e falta um olhar especial da União e do Estado para resolver um problema tão grave para a economia gaúcha.
O trecho de pouco mais de oito quilômetros já deveria estar resolvido há mais de uma década, quando houve a finalização dos outros três trechos da rodovia que liga Pelotas e Rio Grande. Portanto, são quatro presidentes da República, três governadores e a pauta simplesmente nunca entrou como uma prioridade. Esse distanciamento soa como desdém, uma vez que o desenvolvimento econômico de uma região inteira poderia ser impulsionado por uma obra até relativamente pequena, diante de tantos anúncios macro feitos pelos governos, e tanto recurso despendido em coisas menos importantes.
A pressão deve seguir. E deve aumentar. Lideranças da Zona Sul, tanto políticas quanto empresariais, bem como a imprensa, devem manter essa cobrança. O porto é a grande valência da região para a virada de chave econômica que precisamos ter e não pode ser deixado de lado. Por isso, é preciso um grande esforço coletivo entre entidades para que isso seja resolvido.