A prefeitura de Rio Grande assinou o maior contrato já realizado pelo município com produtores da agricultura familiar por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O investimento de R$ 670 mil garante a compra de mais de 80 toneladas de alimentos cultivados localmente para abastecer 89 instituições de ensino da rede municipal e conveniadas – totalizando mais de 20 mil alunos beneficiados.
“Conseguimos aumentar esse projeto e vamos continuar trabalhando para ampliar ainda mais. Essa iniciativa dá uma segurança para os agricultores, porque se torna uma renda fixa. Eles sabem que todos os meses terão aquela quantidade de produtos para entregar, então conseguem se organizar, planejar”, destacou a prefeita Darlene Pereira (PT). Ela também ressaltou o papel da Emater e da Secretaria de Agricultura e Pecuária como parceiros técnicos essenciais na execução do projeto.
Neste ano, 29 produtores locais serão responsáveis pelo fornecimento de 15 variedades de hortifrúti e frutas, como alface, beterraba, brócolis, cenoura, morango, entre outros, além de produtos minimamente processados, como o aipim descascado, oriundos de agroindústrias locais.
A agricultora Ana Paula Machado, da Ilha do Leonídio, é uma das beneficiadas com o contrato. “Para mim é muito importante porque é minha fonte de renda mensal. Temos nossa produção rural, mas não conseguimos produzir muito, porque quem trabalha sou eu, minha esposa e minha filha. De minha parte, atendo nove escolas, de onde eu tiro o meu sustento”, relata.
O formato do programa permite uma logística eficiente, com a distribuição dos alimentos sendo feita semanalmente conforme a demanda de cada escola. Os produtores são organizados em grupos, responsáveis por diferentes roteiros que abrangem de dez a 12 instituições por vez. Esse planejamento respeita a sazonalidade dos alimentos e garante o fornecimento contínuo ao longo do ano letivo.
Segundo o extensionista rural da Emater, Aldair Gaiardo, a articulação entre o poder público e os agricultores é fundamental. “Durante a execução, a Emater presta apoio para que os pedidos da SMED cheguem até o produtor e possam estar disponíveis na semana de entrega. Também auxiliamos na prestação de contas, para que a nota fiscal dos agricultores seja previamente entregue no Núcleo de Alimentação Escolar”, explica.
Aumento
Além do contrato já assinado, a prefeitura também tem discutido a inclusão de novos alimentos orgânicos na merenda escolar. Em março, a prefeita recebeu representantes da Cooperativa Terra Livre, uma das principais fornecedoras de produtos orgânicos do país, como arroz, feijão, sucos e mel. A proposta é ampliar o cardápio escolar com alimentos agroecológicos, respeitando o percentual mínimo de 30% estabelecido pelo PNAE para compras da agricultura familiar — meta que Rio Grande pretende superar.