Cerca de 300 alunos do 1ª ano do ensino médio da Escola Coronel Pedro Osório, no Centro de Pelotas, expuseram, no sábado, trabalhos desenvolvidos com o tema da sustentabilidade. Preocupados com a conservação do meio ambiente, levaram até o saguão da escola produções criativas feitas com materiais reciclados. Na atividade também estiveram presentes a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) e o Sanep.
Os trabalhos foram feitos pelos alunos dentro da disciplina de Projeto Integrador, uma mudança recente no currículo das escolas estaduais, e que permite a abordagem de temas transversais à aprendizagem. Neste caso, foi uma opção da equipe diretiva da escola levar às salas de aula a sustentabilidade e pensar em conjunto formas práticas de conscientização pelo descarte correto de resíduos e reciclagem.
O diretor da escola, Jader Pereira, afirma que a escolha do tema é estratégica pela urgência, já que faz parte do contexto que os alunos e a escola vivem. “Conseguimos trabalhar a criatividade e construção autoral deles. Nesses trabalhos em grupo, os estudantes vão se relacionando melhor e, em momentos como o que estamos vivendo, vão gostando mais da escola”, disse.
Para a professora responsável pela orientação dos projetos, o dia foi de muito orgulho pela dedicação dos alunos. Segundo ela, a proposta é seguir trabalhando com a temática do meio ambiente nos próximos trimestres letivos, mas com foco no lixo produzido nos bairros de Pelotas e no descarte de lixo eletrônico. “Somos poucos, mas em um universo, cada um fazendo a sua parte, podemos mudar essa realidade. A nossa contribuição, por menor que pareça ser, envolve os alunos e as famílias, isso já faz muita diferença, esse é o nosso papel”, afirmou a professora Cleuza Zanolla.
No local também aconteceu a feira “Do Lixo ao Luxo”, onde materiais recicláveis poderiam ser trocados por roupas, calçados e acessórios, que foram arrecadados pelos alunos e pela equipe diretiva da escola.
Participação da família
Centenas de pessoas prestigiaram a mostra dos trabalhos na escola, principalmente pais e responsáveis. Essa presença expressiva da comunidade é destacada pelo diretor como um ponto positivo e, principalmente, construtivo. Jader explica que há uma tendência de que, quando o aluno fica mais velho, a participação da família diminui, mas a Coronel Pedro Osório vem conseguindo reverter esse cenário e manter pais e responsáveis próximos em todos os processos. “Se tenho a família mais presente aqui, vou ter um aluno bem mais assistido, vou compreender melhor a realidade do sujeito. Com esse elo cada vez mais forte, a escola também vai se tornando melhor para todos”, disse.
O vice-diretor da manhã, Peterson Lima, também destaca o envolvimento das famílias com a exposição como importe. “Para trazer o educando mais pra perto da escola, é preciso a família estar aqui. Se o responsável tiver um sentimento de pertencimento com a escola, obviamente isso será passado para o filho”, afirma Daniel.
Jonathan Stark, 36, e Patricia Vasques, 34, estiveram presentes para prestigiar o trabalho da filha Isadora, 15, que fez um desenho da pantera cor-de-rosa (símbolo da escola) usando tampinhas de garrafas pet, recolhidas também em casa, com a ajuda dos pais. “Nós somos de uma época que não tinha muito isso, então com a informação e a dedicação que ela tem, vamos ter um futuro muito melhor, é muito bacana acompanhar”, destacou o pai.
Criatividade
As alunas Maria Luisa, Helena, Laura e Isabela, todas de 15 anos, desenvolveram um vestido utilizando papéis de provas antigas do Enem e outros materiais reciclados. Em um mês de trabalho, com muitos erros e acertos, o grupo destacou a alegria de ver a peça pronta. “É um orgulho, porque todo mundo trabalhou muito e em conjunto. Tiveram momentos que nós não gostamos de uma coisa ou outra, mas conversamos e conseguimos nos entender. Foi muito bom”, destacou Laura.
A mesma união fez com que o grupo da Evelyn Rosa, 15, também conseguisse montar uma fantasia de coração, apenas com itens reciclados – principalmente papelão – em cerca de dois meses. “Foi um pouco difícil por ser bem trabalhoso montar, mas caprichamos bastante e, recolhendo os materiais de vários lugares, conseguimos montar esse coração e ficou bem bonito, estão elogiando muito o nosso trabalho!”, disse a aluna.
Os estudantes montaram utensílios para recolhimento de pilhas, caixas de remédio e outros materiais recicláveis, que permanecerão disponíveis na escola.
