Pelotas foi a sede do 1º Seminário Regional de Integração em Gestão de Riscos e Desastres promovido pela Agência de Desenvolvimento Regional da Zona Sul e organizado pela Câmara Técnica de Resiliência e Desenvolvimento. Na tarde desta terça-feira (20), o encontro reuniu autoridades, representantes de órgãos públicos, universidades e entidades da defesa civil para apresentar os dados e as ações implementadas nos últimos 12 meses.
Durante sua apresentação, a ex-prefeita de Pelotas e atual secretária de Relações Institucionais do Estado do Rio Grande do Sul, Paula Mascarenhas, trouxe dados e relatos sobre o enfrentamento da enchente na cidade. Paula relembrou o momento em que teve conhecimento do que poderia acontecer na região. Segundo ela, os especialistas apresentaram mapas indicando o percurso da água na região, e a decisão foi tornar esses dados públicos para orientar as ações preventivas. “Não posso guardar essa informação só para mim.”
O coronel Luciano Boeira, chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, apresentou os registros dos eventos extremos ocorridos entre 2023 e 2024. “O que nós tivemos nesses últimos dois anos não aconteceu nos outros 53 anos da história da Defesa Civil”. Durante sua fala, Boeira apresentou dados referentes aos desastres. Entre eles, os números atualizados de 184 óbitos, 53 desaparecidos e a incidência de impactos em 478 municípios. Ele enfatiza a necessidade de ações integradas e a cooperação com instituições de outros estados para o desenvolvimento de medidas de prevenção e resposta.
Também estava presente no evento o diretor de Gestão de Desastres de Santa Catarina, coronel César de Assumpção Nunes. O gestor apresentou o que já foi feito pelos órgãos catarinenses em desastres na região, o auxílio prestado ao Rio Grande do Sul na enchente de 2024 e como a Defesa Civil se encontra hoje.
Integração
O coronel Márcio André Facin, Coordenador Regional de Defesa Civil, ressalta a articulação entre Defesa Civil, Universidades, segurança e saúde. Segundo Facin, essa integração permitiu ações coordenadas que contribuíram para a proteção da comunidade e a manutenção dos serviços emergenciais. O coronel afirma com orgulho: “Nenhuma vida foi ceifada na nossa região”.
Ao final do seminário, representantes de diversas áreas da academia que fizeram parte da sala de situação e dos estudos pós-enchentes, realizaram um painel apresentando os avanços e o que ainda precisa ser feito para o enfrentamento de crises climáticas.