Com a divulgação do decreto de emergência por aumento nos casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), pelo governo do Rio Grande do Sul ontem, os municípios da região sul seguem com o monitoramento da ocupação de leitos nos hospitais de referência. No momento, não há alertas de superlotação, mas com a chegada do frio e umidade, a preocupação está no aumento das doenças respiratórias, comuns nestes períodos do ano.
O Painel de Hospitalizações por SRAG da Secretaria Estadual da Saúde (SES), mostra um cenário ainda tranquilo na Região de Saúde Sul, com 128 hospitalizações desde o começo do ano e 25 óbitos. Em comparação, no mesmo período, apenas Porto Alegre tem 656 hospitalizações e 41 óbitos por SRAG.
Ainda que o cenário na região seja positivo, é reforçada a importância da vacinação contra a Influenza, para que não ocorra desassistências nas unidades de saúde e superlotação nos hospitais. As SRAG’s abrangem casos de síndromes gripais que evoluem com comprometimento da função respiratória. As causas podem ser influenza, Covid-19, pneumonia, entre outros vírus respiratórios.
Internações não são expressivas em Rio Grande
O Complexo Santa Casa do Rio Grande informou que não tem leitos específicos destinados à internação de pacientes com Síndromes Respiratórias Agudas Graves. Ainda, pontua que não foi registrado um número expressivo de internações relacionadas a essas síndromes. Em abril, foram contabilizadas três internações por SRAG, e em maio, até o momento, apenas dois casos que precisaram de internação na instituição.
Quanto aos leitos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS), a taxa de ocupação, neste momento, é de 85% no Complexo, que compreende o Hospital Geral e o Hospital de Cardiologia e Oncologia.
85% dos leitos ocupados na Santa Casa de São Lourenço
O mesmo cenário é observado em São Lourenço do Sul. A Santa Casa do município não conta com leitos SUS específicos para as SRAGs. A instituição está com os leitos de observação todos ocupados e, para os demais atendimentos, a taxa de ocupação também está em 85%.
Pelotas busca ampliação
De acordo com a secretária da Saúde de Pelotas, Ângela Vitória, o aumento nos casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves é aguardado no município, como ocorre em todos os anos, principalmente entre os meses de maio e julho. Com isso, a atenção também se volta para os atendimentos iniciais e para as internações.
Ações estão sendo desempenhadas de forma preventiva, segundo a secretária. “Ampliamos o funcionamento das Ubai’s nos feriados e finais de semana, para a oferta de atendimentos de primeira consulta, e estamos em tratativas com os hospitais para ampliação da oferta de leitos”, garantiu.
RS em emergência
A faixa etária de maior atenção para SRAG, neste momento, é a de crianças com até cinco anos de idade, cujas hospitalizações dobraram nos últimos dias no Estado. O decreto, assinado ontem pelo governador Eduardo Leite (PSD), será publicado hoje no Diário Oficial do Estado. A situação foi agravada por conta do cenário de superlotação de leitos do SUS, principalmente na capital gaúcha, que já havia decretado emergência na última sexta-feira.
De acordo com o governo gaúcho, a medida permite que os municípios tenham acesso facilitado para ações emergenciais, como contratação de profissionais da saúde ou compra de insumos. Além disso, o Estado e os municípios podem buscar financiamento com o Ministério da Saúde para leitos direcionados para pacientes com problemas respiratórios.
A validade do decreto é de 120 dias, que passará a contar a partir da publicação.
Vacinação contra a Influenza
Por conta de ser uma das principais causas de internações por SRAG, o governo do Rio Grande do Sul ampliou para toda a população, a partir dos seis meses de idade, a vacinação contra a gripe.
Pelotas aplicou, até segunda-feira (19), 32.964 doses da vacina contra influenza. No entanto, a cobertura vacinal do grupo prioritário – como crianças de seis meses a seis anos, idosos com 60 anos ou mais e gestantes – não chega a 30%. O mesmo ocorre em Rio Grande, com pouco mais de 23 mil doses aplicadas, mas apenas 32% do grupo prioritário recebeu as vacinas.
Em Pelotas, o imunizante está disponível nas UBSs nos horários habituais de atendimento ou na Casa da Vacina, das 8h às 17h, de segundas a sextas-feiras, na rua Gonçalves Chaves, 437. É necessário apresentar apenas a carteira de vacinação ou documento de identidade.