Pelotas sofre com problemas crônicos em cruzamentos

Trânsito

Pelotas sofre com problemas crônicos em cruzamentos

Relatos dos motoristas, análises técnicas e ações da secretaria revelam o cenário atual e os planos para transformar a mobilidade urbana na cidade

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Pelotas sofre com problemas crônicos em cruzamentos
Rótula entre as avenidas Bento Gonçalves, Juscelino e Ferreira Viana tem cruzamentos em X, o que causa aglomeração de veículos em momentos. (Foto: Jô Folha)

Os motoristas pelotenses enfrentam desafios diários no trânsito da cidade. Em diversos pontos os problemas são crônicos. Um exemplo é a convergência das avenidas Bento Gonçalves, Juscelino Kubitschek e Ferreira Viana. Ana Marilza Fleischmann é professora na Universidade Federal de Pelotas e relata: “por sorte, não preciso mais enfrentar [o cruzamento] nos horários de 13h a 13min30min e de 17h30min a 18h”. A professora agora pode usar a Estrada do Engenho como rota alternativa.

Outro ponto que chama atenção é a interseção entre Fernando Osório e 25 de Julho. Raquel Peter é dona de uma cafeteria que fica na avenida 25 de Julho. Ela resume o trânsito na região: “é extremamente caótico”. Segundo relato da empresária, desde que colocaram um semáforo onde antes existia uma rótula as coisas ficaram piores. “Juntou uma antiga rótula com a falta de respeito dos motoristas e deu nisso, um trânsito caótico”.

Para mitigar esses problemas, a doutora em Engenharia de Produção e Transportes, Raquel Holz, indica algumas soluções fundamentais, como ajustar a geometria dos locais, facilitando as conversões e melhorando a visibilidade. E instalar placas e marcas no pavimento, orientando os motoristas sobre a correta utilização das faixas e a necessidade de dar preferência.

A especialista ainda ressalta que a resolução dos entraves urbanos em Pelotas requer uma abordagem integrada, que combine estudos técnicos detalhados, planejamento urbano e a participação ativa da comunidade. “A implementação das soluções recomendadas deve ser sempre acompanhada de campanhas educativas para informar os motoristas sobre as mudanças e promover comportamentos seguros no trânsito”, afirma Raquel Holz.

Sobre o futuro da mobilidade urbana de Pelotas, a especialista aponta projetos inovadores, como o proposto cruzamento em dois níveis na interseção das avenidas Fernando Osório, Salgado Filho e 25 de Julho, que visa melhorar a fluidez do tráfego e a segurança da região. Outras iniciativas de requalificação de vias e otimização da sinalização, integradas ao Plano Diretor de Pelotas, também devem contribuir para transformar a experiência diária dos motoristas.

O que dizem as autoridades?

A Secretaria Municipal de Trânsito afirma que os pontos críticos são monitorados constantemente com dados em campo, relatos da população e agentes. “Esse mapeamento orienta nossas ações”. Medidas específicas já estão sendo planejadas para diferentes regiões, como ajustes semafóricos e reorganização do fluxo na convergência entre as avenidas Bento Gonçalves, Juscelino Kubitschek e Ferreira Viana e a elaboração de um projeto de engenharia viária mais amplo para a interseção entre Fernando Osório e 25 de Julho.

Interseção de vias arteriais tem causado congestionamentos e confusão. (Foto: Jô Folha)

Além disso, a secretaria afirma que mantém um compromisso firme com a educação no trânsito, promovendo campanhas contínuas que incluem ações diárias do Maio Amarelo, palestras, blitzes educativas e visitas a empresas e escolas, com o objetivo de fomentar o respeito à sinalização e transformar a mobilidade urbana em benefício de todos.

Análise técnica das situações críticas

– Avenidas Bento Gonçalves, Juscelino Kubitschek e Ferreira Viana:

  • O problema identificado é a confluência de fluxos veiculares provenientes de diferentes vias, sem canalização adequada, resultando em congestionamentos e conflitos, especialmente nos horários de pico. A ausência de faixas de aceleração ou de canalização para organizar a entrada dos veículos na via principal pode causar conflitos e reduzir a capacidade da via. Além disso, semáforos que liberam simultaneamente fluxos convergentes sem considerar o tempo necessário para a fusão segura dos veículos podem aumentar o risco de colisões e congestionamentos.

– Avenidas Fernando Osório e 25 de Julho:

  • Interseção de duas vias arteriais com alto volume de tráfego, sem infraestrutura adequada para acomodar os fluxos convergentes, resultando em congestionamentos e riscos de acidentes. Isso acontece por conta da falta de faixas adicionais para conversões ou de rotatórias, o que pode limitar a capacidade da interseção, causando filas e atrasos.
  • Sem mecanismos para controlar o acesso dos veículos à interseção, como semáforos coordenados ou sinalização adequada, aumentam os conflitos entre os fluxos.

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