Pelotas amplia convênios com cooperativas de reciclagem

Reaproveitamento

Pelotas amplia convênios com cooperativas de reciclagem

Novos termos estendem o vínculo de nove instituições de catadores com aumento de 100% no valor

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Pelotas amplia convênios com cooperativas de reciclagem
Prefeito Fernando Marroni assinou os contratos nesta terça-feira. (Foto: Volmer Perez)

A prefeitura de Pelotas e Sanep dobraram o valor do convênio com as nove cooperativas de reciclagem do município. No contrato, assinado no Paço Municipal, o valor do repasse passa a ser de R$ 800 a cada bolsa, aumento de 100%, além do custeio das despesas operacionais das cooperativas. O montante pode chegar a R$ 30 mil conforme o número de cooperados da Cootafra, COOPCVC, Coopkefi, Coopel, Cooperciclaço, Cooreciclo, Nova Esperança, Recyclean e Unicoop. O resultado é a geração de emprego e renda com olhos voltados ao empreendedorismo.

Em contrapartida, cada cooperativa terá que contribuir com INSS, assim como todos os colaboradores, segundo informa o diretor-presidente do Sanep, Ellemar Wojahn. “Com isso, estamos repactuando com essas cooperativas para que a gente possa dar continuidade ao trabalho com mais de 30 anos”. Na nova licitação, prevista para setembro, o Sanep pretende ampliar a coleta seletiva, incluindo a zona rural e, com isso, aumentar a capacidade de produção de lixo reciclável. Atualmente, de cada cem quilos de resíduos, até 25% pode ser reaproveitado. No entanto, a média em Pelotas está entre 5% e 7%. “Podemos triplicar esse percentual, mas vai depender de campanhas, pois muitas pessoas misturam material com o orgânico, deixando de ser aproveitado”, enfatiza.

Novidades em setembro

O prefeito Fernando Marroni (PT) adiantou está em elaboração um novo edital para licitação que compreende uma nova modelagem de tratamento de resíduos sólidos: coleta, tratamento e destinação. O documento deve ser lançado em setembro e inova a forma de destinação do lixo orgânico – usado para fazer compostagem e, consequentemente, a recuperação do solo da região -, e o lixo sólido, que seja realmente reciclável e reaproveitado.

“Só 5% do que a gente chama lixo seco hoje é aproveitado na nossa cidade por essas cooperativas. Isso é um desperdício muito grande de matéria-prima”, avalia o chefe do Executivo, ao lembrar que a humanidade precisa estar consciente de que os recursos são finitos. “Nós precisamos reutilizar, reciclar todos esses R’s que estão hoje em dia na pauta”, destaca Marroni.

Empreendedorismo que vem do lixo

Das nove cooperativas, sete são de reciclagem e triagem e duas decidiram partir para a linha de produção a partir do material recolhido. Uma é Nova Esperança que fabrica sabão e detergente a partir do projeto Óleo Sustentável do Sanep. Segundo Ellemar Wojahn, em breve, o produto poderá ser legalizado para estar disponível no mercado. “Uma parte da produção vai para o Sanep e outra para a prefeitura”, lembra o presidente.

A novidade apresentada vem da Recyclean, com a fabricação de vassouras a partir das garrafas PETs. De acordo com a presidente Sara Tavares Fagundes, será a primeira usina do Brasil a partir da reciclagem. A próxima etapa será a aquisição de máquinas, sendo que algumas já foram construídas para o projeto. “A partir do pensamento que devemos produzir algo além da triagem surgiu a ideia de trabalhar com trituração. Como não foi possível, procuramos o Sanep para fazer as vassouras”, salienta Sara. Para ela, é um avanço no setor de reciclagem. “Vamos inaugurar em junho, se Deus quiser.”

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