Região tem mais de cem destelhamentos desde 2023 e reforça atenção em obras

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Região tem mais de cem destelhamentos desde 2023 e reforça atenção em obras

Levantamento feito por engenheira estrutural alerta para importância de ações de prevenção

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Região tem mais de cem destelhamentos desde 2023 e reforça atenção em obras
Em Pelotas, julho de 2023 foi marcado por ventania e 26 destelhamentos. (Foto: Jô Folha)

Com as condições climáticas severas, a crescente ocorrência de tempestades e ciclones, com ventos de alta intensidade, tem causado prejuízos significativos à população. Além de alagamentos, também são frequentes os registros de destelhamentos.

Desde 2023, a região já registrou casos de destelhamentos em 13 cidades diferentes, totalizando mais de cem ocorrências, segundo levantamento da engenheira estrutural Lóren Cruz.

Conforme a norma técnica brasileira NBR 6123, que trata das ações do vento em edificações, as velocidades de vento previstas para o RS variam entre 144 e 180 km/h.

No entanto, durante os últimos eventos (entre 2023 e 2025), foram registrados ventos entre 60 e 140 km/h em diversas regiões. Ou seja, mesmo quando os ventos não atingiram a velocidade extrema prevista em norma, várias estruturas não resistiram.

A especialista defende que uma das principais causas dos destelhamentos na região pode ter sido a falha ou ausência de projetos estruturais adequados. “Infelizmente, muitas construções ainda são feitas sem projeto algum, especialmente em comunidades de baixa renda”, destaca Lóren.

A engenheira explica que é comum o telhado não receber a devida atenção, sendo executado, muitas vezes, sem o dimensionamento adequado. Isso compromete toda a edificação, já que a cobertura também transmite a força do vento para o restante da construção.

Em telhados mal projetados, é comum encontrar fissuras ou deformações, que podem levar ao destelhamento.

Principal falha

Segundo ela, o principal erro é desprezar o vento em pequenas edificações. O telhado sofre forças que agem no sentido oposto à gravidade — ou seja, o vento tende a levantar e arrancar a cobertura.

É essencial que os pontos de apoio do telhado e suas conexões com o restante da estrutura garantam a distribuição correta das forças.

“É cultural subestimar a importância do dimensionamento do telhado, acreditar que o mestre de obras, por toda a sua experiência e conhecimento empírico, vá executar uma cobertura adequada. Mas o resultado da falta do projeto estrutural de cobertura só aparece quando chega uma tempestade severa”, afirma.

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