Com a confirmação de um caso de raiva bovina em Pinheiro Machado, na divisa com o município de Piratini, a região passou a monitorar a situação de possíveis novas contaminações e subnotificações da doença nos rebanhos. As inspetorias sanitárias dos dois municípios estão trabalhando, neste momento, na orientação dos produtores quanto à importância da vacinação dos animais e da identificação dos sintomas.
Na análise do inspetor e médico veterinário de Pinheiro Machado, Diego Azeredo, o cenário não é alarmante e não há motivo para pânico. No entanto as equipes seguem monitorando a região, procurando identificar possíveis casos e locais que abrigam colônias de morcegos hematófagos, que são os transmissores da raiva. No caso confirmado no município, o restante do rebanho foi vacinado e o produtor orientado. Ele também não teve contato com o animal infectado.
Em Piratini, a situação também é considerada controlada. O médico veterinário e inspetor da vigilância sanitária do município, Luciano Lopes, reforça as ações de vacinação contra a raiva, em animais domésticos, que estão em propriedades na área de abrangência do caso detectado em Pinheiro Machado. Segundo ele, Piratini teve dois casos confirmados da doença neste ano, um em março e outro em maio. Outro caso teve material coletado nesta quinta-feira e deverá ser encaminhado para análise laboratorial.
Acompanhamento
O Sindicato Rural de Pinheiro Machado também reforça que não há necessidade para pânico, mas que acompanha a situação e orienta os produtores rurais no que for necessário. Segundo a Emater-RS, o Rio Grande do Sul registrou ao menos 72 focos de raiva bovina em 2024.
Principal prevenção é a vacina
A Extensionista Médica Veterinária da Emater em Piratini, Marina Sinott, reforça a importância do produtor conhecer a sua propriedade para que a inspetoria possa atuar de forma mais efetiva na captura de morcegos e identificação de possíveis casos, além de estarem preocupados com a vacinação dos rebanhos e animais domésticos. “É importante que as pessoas tenham consciência da importância da vacinação. Prevenção é a melhor estratégia”, reafirma.
O protocolo vacinal para raiva precisa ser de, pelo menos, duas vacinas, além da imunização anual contra a doença.
Saiba mais
O que é a raiva bovina?
É uma doença infecciosa viral aguda grave, que pode afetar animais e humanos, e tem letalidade de aproximadamente 100%. O principal vetor da raiva bovina é o morcego hematófago que, ao tentar se alimentar do sangue desses animais, causa lesões nos couros, os deixando suscetíveis ao desenvolvimento da doença. Ela é transmitida aos humanos pela saliva de bovinos infectados.
A morte do animal acontece, em média, entre cinco e sete dias após apresentar os sintomas.
Principais sintomas nos bovinos
- Mudança de comportamento: agitação, falta de apetite, nervosismo, aparência de assustado;
- O animal infectado costuma se isolar do restante do rebanho;
- Fraqueza e paralisia dos membros;
- Salivação abundante e dificuldade para engolir;
- Dificuldade para se levantar.
Principais sintomas nos humanos
- Mal-estar;
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Náuseas;
- Dor de garganta;
- Entorpecimento;
- Irritabilidade;
- Inquietude;
- Sensação de angústia.
Recomendações para produtores e rebanho:
- Vacinação anual do rebanho;
- Controle de animais silvestres e domésticos;
- Acompanhamento veterinário;
- Isolamento de animais com sintomas suspeitos.
Recomendações para a população:
- Evitar contato com animais silvestres ou agressivos
- Procurar assistência médica imediatamente em caso de mordida ou arranhadura por animais possivelmente infectados
- Informar às autoridades em caso de animais encontrados mortos ou com sinais suspeitos