Dia do Gari reforça a importância dos profissionais para a imagem da cidade

Reconhecimento

Dia do Gari reforça a importância dos profissionais para a imagem da cidade

Categoria é essencial para a manutenção de uma cidade limpa e organizada

Por

Dia do Gari reforça a importância dos profissionais para a imagem da cidade
Profissionais são responsáveis pela varreção e limpeza de espaços públicos e pelo recolhimento de lixo. (Foto: Jô Folha)

Uma das ocupações mais fundamentais na organização das cidades e manutenção da saúde pública, o gari é um profissional que enfrenta a dura realidade da invisibilidade social. Muito se fala no lixo como um problema de educação, gestão pública, responsabilidade coletiva e os seus impactos na vivência urbana. Mas enquanto as discussões se afloram, é o gari, o profissional da “linha de frente” contra esse caos, que trabalha para diminuir silenciosamente as consequências deste problema.

Os profissionais realizam a varrição e limpeza de ruas, praças e demais espaços públicos. Eles recolhem lixo, entulhos e resíduos, contribuem para a higiene e o bem-estar da cidade. Também atuam na manutenção de bueiros, canais e praias, um dos mecanismos de defesa contra alagamentos e doenças. Segundo informações da prefeitura, um dia sem coleta significa 350 toneladas de resíduos sem a devida destinação, em contato com a população. Isso representa o tamanho da importância dos coletores para a cidade. São trabalhadores silenciosos, mas essenciais, que estão nas ruas dias e noites, faça chuva ou faça sol, dias úteis, finais de semana e feriados, dedicados por uma cidade melhor.

Adriana atua na área desde 1996. (Foto: Jô Folha)

Vida de gari

Experiente na função, Maria Adriana Duarte, de 59 anos, iniciou na profissão em 1996, quando foram contratadas as primeiras cinco mulheres para trabalhar na limpeza urbana pela prefeitura de Pelotas. Por ser um serviço organizado, de carteira assinada, a oportunidade interessou Adriana, que também tinha vontade de trabalhar nas ruas. “Gostei do serviço, do contato com as pessoas e do ambiente externo”, ela conta.

De 96 para cá, Adriana sempre exerceu a função de gari. Em um determinado momento, precisou se afastar por dez anos para cuidar da mãe, mas depois retornou ao serviço. Há um ano e quatro meses na empresa contratada pela prefeitura, ela diz gostar de tudo no seu trabalho, mas existem as dificuldades naturais. “O verão é mais massacrante, aquele calorão. Mas para mim é tranquilo”, cita.

Desrespeito de um lado…

Adriana não esqueceu de situações em que sofreu desrespeito no trabalho. Uma vez, quando trabalhava no calçadão, chamou a atenção de alguém por deixar o lixo fora da lixeira e recebeu uma resposta ofensiva: “Vocês são pagos para ‘botar’ na lixeira, para limpar”. A gari se manteve em silêncio, pois precisava do serviço, mas assume que não se sentiu bem com a situação.

… reconhecimento de outro

Apesar disso, ela também fala com carinho sobre o reconhecimento de algumas pessoas, como uma conhecida que passa pela praia do Laranjal — onde Adriana atua — e a presenteia com pequenos mimos. “Tem pessoas maravilhosas. Aqui na praia tem uma moça, a Letícia — Letícia, beijo! — que passa aqui e larga uma ‘frutinha’ para mim, às vezes um ‘suquinho’. São coisas que deixam a gente contente.”

Orgulho do que faz

A trabalhadora afirma, com convicção, que gosta de tudo no seu trabalho e que tem muito orgulho da profissão que escolheu. Hoje, seu principal objetivo é conseguir se aposentar com saúde. Faltam três anos para isso, e ela espera conseguir chegar até lá firme e bem. “Dou muito valor para o meu serviço”, conclui Adriana.

Referência na equipe

Outro perfil respeitado entre os colegas de profissão é do gari Gersi da Cunha. Prestes a completar 55 anos, o homem trabalha na função há quase sete, mas tem uma trajetória bastante diversa. Prestou serviço por mais de uma década como porteiro, além de atuar na construção civil, como pedreiro e servente.

Acompanhe
nossas
redes sociais