A visita do presidente Lula (PT) e da comitiva brasileira à China trouxe avanços importantes na parceria entre os dois países. Nos últimos dias, foram anunciados R$ 27 bilhões de investimentos no Brasil, incluindo a expansão das operações da montadora de carros elétricos GAC, a chegada de uma plataforma de delivery e a construção de um parque industrial.
No entanto, as pautas positivas foram ofuscadas pelo próprio governo após a notícia de que a primeira-dama Janja teria “contornado” a diplomacia para cobrar a China sobre o algoritmo do TikTok. A informação foi vazada por alguém de dentro do governo que estava no encontro fechado, ou seja, há alguém disposto a expor o país para “fritar” a primeira-dama.
Depois disso, Lula afirmou, em coletiva, que na verdade foi ele quem falou sobre a rede social. Ele disse que Janja entrou no assunto e tem o direito de falar porque não é cidadã de segunda classe. Há cidadãos de segunda classe no Brasil?
Lula foi recebido pelo presidente chinês, Xi Jinping (foto: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente concluiu dizendo que pediu ao presidente Xi Jinping que envie ao Brasil “uma pessoa da confiança dele” para discutir as redes. Agora, a regulamentação das redes, um assunto sério e importante, perdeu força e dificilmente será possível avançar de forma objetiva sem sair da suspeita de censura e da interferência chinesa. Um prato cheio para a oposição.
