O artista pelotense Gabriel Nogueira, de 37 anos, foi selecionado para participar da sétima edição do Expedição 21, um programa de imersão que estimula a autonomia de adultos com síndrome de Down. O evento organizado pelo Instituto Cromossomo 21 acontece entre os dias 21 e 23 de maio, no Rio de Janeiro, e pretende simular a experiência de morar sozinho, com estímulos à tomada de decisão na vida adulta. O projeto também é objeto de pesquisa científica e tema de documentário.
Formado em Teatro pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Gabriel é integrante ativo de vários projetos locais. Com paixão latente pela arte e cheio de energia, ele é uma figura conhecida do Projeto Carinho de Downdança, e do Futsaldown, da Associação de Pais de Pessoas com Síndrome de Down de Pelotas (Apadpel). Gabriel também adora praticar taekwondo e está sempre a procura de fortalecer a sua independência e explorar novas formas de vivência.
Viagem ao Rio
Na próxima terça-feira (20), Gabriel já viaja para o Rio, onde vai conhecer os outros 21 expedicionários que farão parte desta experiência de convivência. Animado com a oportunidade, ele revela que já conhecia o projeto de edições anteriores, mas a emoção de ser um dos integrantes da nova temporada é bem diferente. “Vai ser uma experiência ótima. Eu espero desenvolver ainda mais minha autonomia, conhecer novas pessoas, fazer amizades, trocar vivências e mostrar o que a gente é capaz de fazer”, diz Gabriel.
A descoberta
E se, agora, a animação é grande, a perplexidade na hora em que ele descobriu a notícia foi maior ainda. A mãe de Gabriel, Josiane Almeida, conta que a família ficou sabendo da seleção no início de março, pois precisavam confirmar se ele realmente poderia participar do programa. Após o aceite dos pais, a equipe da Expedição 21 pediu que mantivessem a notícia em segredo por um tempo, sem que Gabriel soubesse.
Algumas semanas depois, o coordenador do projeto, Alex Duarte, gravou um vídeo anunciando a seleção de Gabriel, exibido para ele como uma surpresa. A família filmou o momento: Gabriel reagiu emocionado, chorou um pouco e depois riu de felicidade. Mais tarde, ele recebeu uma mala do projeto pelo correio, outro momento registrado em vídeo. Esses registros estão sendo usados na divulgação da nova edição da Expedição nas redes sociais do projeto e de Alex Duarte.
O programa
Os participantes do programa vão morar juntos em uma casa e terão desafios relacionados à vida cotidiana, como cuidar da casa, ir ao supermercado ou preparar refeições, por exemplo. A proposta é trabalhar a independência e mostrar as capacidades de cada um. Nesse sentido, o pelotense enxerga no programa uma oportunidade de superar limites: “Vamos fazer coisas novas para nos superarmos a cada dia. Vai ser legal mostrar o que eu sei fazer.”
Possibilidades do projeto
Moradia independente:
A Expedição 21 proporciona experiências que simulam o cotidiano de quem vive sozinho.
Estimula a autonomia e a tomada de decisões.
Exemplo: Vinicius Treda, participante da primeira edição, passou a morar sozinho após participar do projeto, em comum acordo com os pais.
Iniciação da vida adulta a dois:
O projeto favorece a formação de laços afetivos entre os participantes.
Exemplo: Samuel e Isabela Sestaro se conheceram na Expedição e se casaram.
Oportunidades de Trabalho:
Exclusivas para os participantes da Expedição 21.
Empresas parceiras do Instituto Cromossomo 21 oferecem vagas com foco na valorização das competências.
Além das cotas, há investimento em planos de carreira e inclusão real no ambiente de trabalho.
