Vai chamar atenção do leitor mais atento, ao folhear esta edição, que por três páginas seguidas a questão portuária é pauta que abre página. A coincidência da factualidade trouxe três assuntos relevantes, e entrelaçados entre eles, aos temas do dia. Mas não é coincidência que o porto é hoje um dos assuntos mais pulsantes de nossa região. Dele emana uma energia positiva, um clima de desejo de vitória, capaz de gerar um alvoroço que por muito tempo ficou adormecido na nossa região.
O porto gera emprego, renda e coloca nossa região em foco. A partir dele, está se desenhando um ecossistema capaz de criar uma onda de positivismo em torno do futuro, embora haja todo o escaldamento causado pelos traumas do passado. Mas, havendo este entendimento, já há meio caminho andado para compreender onde aconteceram os erros e como evitá-los. Não dá para deixar o problema de outrora interferir no ciclo virtuoso que se tenta criar para o futuro.
E, dentro disso tudo, é importante que possamos compreender, enquanto região de suporte a Rio Grande, que o porto vai além de um terminal de carga, que recebe e envia contêineres. Embora esta seja sua principal prerrogativa, há frentes fundamentais de atuação, como o uso da potencialidade dos ventos e das águas para geração de energia limpa, do espaço como terminal logístico para empresas e como ponto de construção e reparos de navios. Essas são apenas algumas das diversas frentes que podemos atuar.
Pelotas, com um terminal de suporte, pode valer-se dessa proximidade para criar um cenário em que a cidade ganhe muito, tanto em logística quanto em mão de obra. É importante manter-se próximo de Rio Grande para não ver a onda passar sem surfar junto nela. De alguma forma, toda a Zona Sul vai se beneficiar do novo Polo Naval. Mas, para isso, é preciso um trabalho coletivo e incansável para manter, independente do governo, o setor portuário aquecido e os investimentos constantes.