A Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu alertas hidrológicos e meteorológicos para diversas regiões do Estado, com destaque para a metade sul, que deve enfrentar volumes expressivos de chuva entre quarta-feira e sexta-feira. O aviso inclui instabilidades persistentes e temporais isolados, com acumulados que devem variar de 140 a 200 milímetros. Em função do volume previsto, um alerta hidrológico também foi disparado, indicando a possibilidade de cheias em rios e arroios, e alagamentos pontuais nas zonas urbanas.
Conforme o órgão, os alertas estão divididos em dois níveis: laranja, que indica risco de chuva forte e pontualmente volumosa, com potencial de danos, e amarelo, que aponta atenção para chuvas moderadas a fortes, também com chance de temporais. Além da Zona Sul, as regiões em alerta laranja incluem o Oeste, Missões, Campanha, Centro e Litoral Médio. Já o alerta amarelo abrange áreas como Extremo Sul, Região Metropolitana de Porto Alegre, Vales, Serra, Nordeste e Norte.
Segundo o meteorologista Henrique Repinaldo, do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPPMet), as chuvas mais volumosas previstas para esta semana devem se concentrar no Oeste e em parte da Campanha já a partir de amanhã. Na região sul, as precipitações devem ocorrer de forma mais isolada no primeiro momento, mas o cenário muda na quinta e sexta-feira, quando há maior potencial de chuvas fortes.
Repinaldo destaca que um canal de umidade vindo da Amazônia, passando pelo Paraguai e Argentina até o oeste do Rio Grande do Sul, contribuirá para a manutenção das instabilidades. O fluxo de umidade, aliado à formação de dois sistemas de baixa pressão que se deslocam para o oceano, mantém as condições para chuvas intensas nos próximos dias.
Muita chuva em pouco tempo
Modelos meteorológicos projetam acumulados próximos aos 100 milímetros entre quinta à noite e a madrugada de sexta-feira, com risco de alagamentos urbanos. “Uma das preocupações seria a possibilidade de chuvas volumosas, tanto em volume durante os dois dias, quanto a possibilidade de cair um volume maior em poucas horas”, ressalta. Além disso, há previsão de temporais isolados com rajadas de vento superiores a 50 km/h e eventual queda de granizo.
Alerta de risco hidrológico
Segundo o órgão, as bacias Mirim-São Gonçalo e do Rio Camaquã estão destacadas no cenário de alerta por receberem maiores acumulados de chuva. Conforme a hidróloga da UFPel, Tamara Beskow, apesar de os principais rios do RS ainda apresentarem níveis entre a normalidade e abaixo da média, as chuvas previstas têm potencial de produzir elevação de corpos d’água de menor porte e alagamentos em áreas urbanas, especialmente durante e algumas horas após as pancadas mais intensas.
Quanto aos rios de maior porte que margeiam áreas urbanas da região, como o Piratini, o Jaguarão e o Camaquã, por se encontram em níveis mais baixos, espera-se uma elevação, sem risco de inundação. No entanto, Tamara destaca a importância de acompanhar da evolução dos eventos, pois qualquer alteração na dinâmica da chuva pode produzir um cenário diferente.
Recomendações
A recomendação para a população das áreas em risco é acompanhar os boletins oficiais, evitar áreas alagadas e acionar os canais de emergência em caso de necessidade. Órgãos municipais já estão sendo mobilizados para ações preventivas e respostas rápidas, conforme o avanço das instabilidades.
O que diz a prefeitura?
– A Prefeitura está mobilizando diversas secretarias e o Sanep para monitorar chuvas e mananciais, atuando de forma preventiva e contínua.
– A limpeza de bueiros tem relação com o decreto de emergência e faz parte da preparação para o período chuvoso. O objetivo é desobstruir 2 mil bocas de lobo em seis meses, principalmente na área central.
– As casas de bombas têm vigilância 24h, com plantão para garantir funcionamento e limpeza das estruturas.
– A cidade, segundo a prefeitura, está mais preparada, com equipes prontas para atender ocorrências relacionadas às chuvas.