Preços da cesta básica apresentam leve redução em abril

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Preços da cesta básica apresentam leve redução em abril

Próximo trimestre deve manter estabilidade com leves oscilações causadas pelo clima e pelo dólar

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Preços da cesta básica apresentam leve redução em abril
Redução foi a primeira registrada em 2025. (Foto: Jô Folha)

Pela primeira vez em 2025, a cesta básica apresentou uma pequena redução no valor: queda de 2,69% em comparação a março. Dos 51 produtos que compõem a pesquisa, 27 apresentaram diminuição de preço. Já a ração essencial (composta por 13 itens que atendem às necessidades básicas de uma pessoa) registrou redução de 2,76%, passando de R$ 653,92 em março para R$ 635,85 em abril.

No mês de abril, o valor total da cesta foi de R$ 1.319,99, representando uma queda de 2,69% em relação a março, quando o preço era de R$ 1.356,51. Os principais destaques de redução foram: vinagre de álcool (750 ml), -38,50%; repolho (unidade), -28,16%; mamão (kg), -28,01%; cenoura (kg), -23,02%; e sabão em barra (400 g), -20,70%.

Segundo o coordenador executivo do Procon, Maicon Kuhn, os hortifrutigranjeiros foram os principais responsáveis pelo aumento em março e pela redução da cesta em abril. “Com o clima favorável no último mês, a produção desses itens voltou aos patamares normais de oferta e preços, o que resultou na baixa do custo do cesto”, explica.

Instabilidade de preços no primeiro trimestre

Janeiro, fevereiro e março de 2025 registraram aumentos nos preços da cesta básica. Entre os fatores que contribuíram para a alta, destacam-se as condições climáticas — que elevaram os preços dos hortifrutigranjeiros —, o dólar valorizado em janeiro e o reajuste da alíquota do ICMS. De acordo com Kuhn, a queda registrada em abril se deve, em grande parte, à estabilidade climática. “Já havia expectativa de recuo no valor da cesta em abril, devido à normalização da produção agrícola, refletida na redução dos preços de hortifrutigranjeiros”, afirma.

Projeções para o próximo período

Para o professor de Economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Gabrielito Menezes, o próximo trimestre deve apresentar preços estáveis, com oscilações pontuais. “Os hortifrutigranjeiros podem ter aumentos isolados, especialmente em caso de geadas. Já grãos e industrializados, como óleo e açúcar, tendem a se manter estáveis ou até registrar queda, devido à safra brasileira robusta”, projeta.

Contudo, com a chegada do inverno, o clima pode impactar culturas sensíveis ao frio, como verduras, pressionando os preços. “Por outro lado, a colheita de grãos como milho e trigo no período pode aumentar a oferta de derivados — como farinhas e óleos —, contribuindo para uma estabilização parcial da cesta”, acrescenta.

Segundo o economista, os custos de produção, especialmente combustíveis e fertilizantes, ainda representam um risco de alta para os preços no próximo trimestre. “Como esses insumos são atrelados ao dólar, uma nova desvalorização do real pode pressionar ainda mais os valores”, alerta Menezes.

O professor da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Eduardo Tillmann, reforça que a guerra cambial entre Estados Unidos e China pode contribuir para a valorização do dólar, o que impactaria diretamente os preços. “Somando-se à incerteza climática e à sazonalidade dos produtos que compõem a cesta básica, a tendência de médio prazo é de aumento dos preços”, avalia.

Gás de cozinha

Também conforme levantamento do Procon, o preço do gás de cozinha registrou leve alta em Pelotas. Ainda assim, abril manteve a média estável do quadrimestre. No último mês, o valor médio com entrega foi de R$ 121,77, enquanto o preço sem entrega ficou em R$ 109,99.

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